Novo projeto europeu busca desenvolver estratégias inovadoras e sustentáveis para criar cereais resilientes a seca

Plantas mais resistentes às frequentes instabilidades climáticas podem ser a solução para o campo nos próximos anos. O uso de cultivares resistentes é uma alternativa para evitar grandes perdas consecutivas nas lavouras. Para isso, pesquisas são desenvolvidas em todo mundo, unindo empresas e tecnologias em prol do avanço de cultivares resistentes.

Recentemente, a multinacional irlandesa BioAtlantis  anunciou a assinatura do projeto europeu “Booster”, com objetivo de melhorar a tolerância à seca tanto em lavouras de milho quanto em teff, explorando simultaneamente o potencial de transferência de características responsivas à seca específicas de cada espécie.

Ao explorar variações genéticas naturais para obter genótipos tolerantes e desenvolver bioestimulantes vegetais derivados de organismos vivos, o Booster utilizará os recursos naturais disponíveis para desenvolver novas variedades de culturas agrícolas tolerantes à seca. O projeto, com investimento de 4,9 milhões de euros, tem duração prevista de 4 anos, sendo financiado pelo programa Horizon Europe (programa de pesquisa e inovação), da Comissão Europeia.

Duas estratégias sinérgicas serão implementadas para alcançar o objetivo. Primeiramente, uma nova abordagem identificará variantes genômicas em regiões regulatórias funcionalmente associadas à tolerância à seca. Esses elementos informarão esforços eficientes de melhoramento para criar variedades de cereais tolerantes à seca.

Em segundo lugar, novas tecnologias de preparação molecular, a partir de bioestimulantes a base de algas marinhas e microbiana serão desenvolvidas pela BioAtlantis Ltda. (Irlanda) e Aphea.Bio (Bélgica), respectivamente, como uma abordagem ecologicamente correta para melhorar a resiliência à seca. As duas estratégias serão testadas em dois cereais com diferentes graus de responsividade à seca: milho europeu e teff etíope – um cereal com alta semelhança genética à espécie irmã tolerante à dessecação, Eragrostis nindensis.

“Uma vez validada no Booster, a nova tecnologia da BioAtlantis estará disponível para os produtores de cereais, incluindo os de milho safrinha aqui no Brasil, que são grandemente afetados pelas mudanças climáticas, resultando em um impacto significativo na produtividade,” destaca Daiana Alves, engenheira agrônoma da BioAtlantis Brasil, que recentemente integrou a lista da Forbes Brasil das 100 Doutoras do Agro Brasileiro.

O consórcio Booster  é composto por uma equipe altamente qualificada representada por acadêmicos e indústrias europeias e internacionais (EUA, África do Sul, Etiópia) para garantir coletivamente que os impactos esperados sejam alcançados num futuro próximo.

Os parceiros do projeto incluem Consiglio per la Ricerca in Agricoltura e L’analisi dell’Economia Agraria (coordenador do projeto, Itália), Universidade Heinrich Heine Düsseldorf (Alemanha), Vlaams Instituut voor Biotechnologie (Bélgica), Instituto Etíope de Pesquisa Agrícola (Etiópia), Universidade de Cape Town (África do Sul), Centro de Biologia e Biotecnologia de Sistemas de Plantas (Bulgária), BioAtlantis Limited (Irlanda), Aphea.Bio (Bélgica), EU CORE Consulting S.r.l. (Itália) e IDCONSORTIUM SL (Espanha).

Fonte: AgroUrbano Hub de Comunicação