A agropecuária brasileira vivenciou um período de grande aumento de produção e produtividade nas últimas décadas, impulsionado por avanços tecnológicos combinados com a robusta e crescente demanda internacional. Hoje o Brasil é responsável por 10,3% da produção global de commodities agroalimentares e por 8,4% das exportações de produtos do agronegócio.
Segundo projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), corroboradas por projeções realizadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, o Brasil deve reforçar essa posição de protagonismo, pois será um dos países com os maiores saldos comerciais agrícolas do mundo, em razão da grande capacidade de produção de excedentes agroalimentares (população consumidora relativamente pequena e elevado potencial de aumento de produção).
De acordo com o estudo do Insper Agro Global, em um mundo com população crescente, a demanda por importações agrícolas continuará se expandindo, principalmente nas economias emergentes da Ásia e da África. Nesse cenário, o Brasil tem condições de se consolidar como supridor regular e confiável de commodities, reforçando as relações de comércio. No entanto, diversificar mercados e produtos e adicionar valor nas exportações ainda representam desafios para o país.
A segurança alimentar será um assunto estratégico para a maioria dos países do mundo, principalmente os mais populosos, que vêm se desenvolvendo economicamente e buscarão elevar a produção interna, desenvolver caminhos alternativos de suprimento e até mesmo fomentar a produção em parceiros estratégicos com potencial produtivo. A autossuficiência alimentar será uma meta de quase todos os países, mas ela não será alcançada em regiões que hoje e amanhã seguirão apresentando grande dependência por importações de alimentos. Posto isso, em suas estratégias bilaterais, os países buscarão estabelecer acordos e abrir mercados a fornecedores regulares e confiáveis de alimentos, o que pode colocar o Brasil em uma posição de elevado protagonismo no contexto comercial agrícola.
Fonte: InsperAgroGlobal