Segundo o presidente da ABPA, Francisco Turra, a quase estagnação diante de um cenário positivo é reflexo da “diminuição violenta dos embarques na última semana do mês” devido às paralisações nas rodovias de todo o país, que hoje chegam ao décimo dia. Os principais mercados são países do Oriente Médio, China e União Europeia. Já os estados mais prejudicados são os da região Sul do país.
Desde a metade da semana passada, há granjas que estão sem ração para alimentar os animais e empresas que deixaram de abater por falta de espaço nas câmaras frigoríficas e de transporte para enviar os cortes ao mercado. “O saldo dos embarques no mês poderia ter sido superior, caso não tivéssemos enfrentado os gravíssimos problemas decorrentes dos bloqueios dos caminhoneiros nos principais polos de produção e exportação de carne de frango no país”, destaca Turra.
Para compensar o prejuízo com o mercado externo, futuramente as empresas precisarão dar conta de enviar mais produtos em outros embarques ou ainda fazer um acerto financeiro, concedendo desconto.
No Estado, o movimento dos caminhoneiros “deu uma pequena trégua no fim de semana”, de acordo com o diretor executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos. No entanto, as empresas já estão novamente com poucos suprimentos. A entidade ainda não tem levantamento do impacto da paralisação nas exportações do setor.
O setor lácteo também não está conseguindo cumprir contratos. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, informou ontem que a expedição de produtos acabados está bloqueada. Segundo ele, o fato intensifica o desabastecimento de produtos no varejo. O dirigente teme que as empresas passem a sofrer com a falta de recursos para cumprir com as obrigações. Ontem, relatos de indústrias e produtores ainda indicaram vários problemas com bloqueios.