Após ficar praticamente estagnada em 2014, a economia brasileira apresentou queda de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2015, na comparação com os últimos 3 meses do ano de 2014 e queda de 1,6% se comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostrou que, mais uma vez, o setor agropecuário é o que minimiza a crise no país. O setor agropecuário no Brasil cresceu 4,7%, enquanto a indústria encolheu 0,3% e os serviços tiveram queda de 0,7%.
No total, a agropecuária somou R$ 79,6 bilhões ao PIB neste início de 2015. Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, os resultados reforçam ainda mais a força da agricultura e da pecuária no Brasil e a necessidade de, cada vez mais, investimentos. Entre os problemas que impediram um crescimento ainda maior, ele cita o alto custo da logística, aumento dos custos de produção e falta de apoio técnico aos produtores, que, em sua maioria, ainda carece de assistência técnica.
“Apesar do recuo da economia, a agropecuária brasileira teve uma alta de 4,7% em relação ao trimestre passado e de 4% em relação ao mesmo período no ano anterior. Em termos práticos isso significa que os produtores rurais estão fazendo sua parte, mesmo com a pouca colaboração do poder público. Esperamos que os números do PIB demonstrem ao governo federal que o investimento no setor agropecuário é bom para todos os brasileiros”, completou.
Representando aproximadamente 60% do PIB brasileiro, o setor de serviços puxou o resultado negativo do PIB aliado à indústria. Também apresentado entre os dados do IBGE, o consumo das famílias brasileiras teve a maior queda desde o último trimestre de 2008, quando a baixa foi de 2,1%. Neste ano, a redução foi de 1,5%.
Estimativa era ainda pior
A previsão do IBC-Br, indicador do Banco Central que antecipa o PIB, era de que a economia teria recuado 0,81% nos três primeiros meses. O levantamento, divulgado na última semana apontava, inclusive, para chances de o país entrar em recessão. Isso significa, em termos práticos, queda no nível de produção, queda da renda familiar, redução na taxa de lucro, aumento de desemprego e aumento de falências e concordatas, aumento da capacidade ociosa e queda do nível de investimento.
Levando em consideração todo o ano de 2015, a expectativa de economistas e analistas de mercado de todo o país é de uma queda de 1,24% no PIB. A confirmação do resultado seria o pior em 25 anos, desde, 1990, quando a queda foi de 4,35%.