O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 0,4 por cento em 2015, com destaque para desempenho do ramo agrícola, principalmente ao final do ano, apontou nesta terça-feira estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, realizado com apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
“O desempenho positivo, embora modesto em comparação com anos recentes, significou uma reversão da tendência de queda no setor, ocorrida em grande parte do ano passado. O resultado aconteceu especialmente devido ao comportamento verificado no último trimestre de 2015, quando o destaque foi o ramo agrícola”, afirmou a CNA.
Em dezembro, o ramo agrícola do agronegócio cresceu 0,43 por cento, acumulando alta de 1,12 por cento em 2015 na comparação com 2014.
A recuperação dos preços da soja, milho, carnes, açúcar e de papel e celulose está entre os principais fatores que permitiram o desempenho positivo do agronegócio em 2015, afirmou o estudo.
De acordo com o Cepea/CNA, o resultado final do setor agrícola no ano passado foi positivo em todos os segmentos, com exceção do agroindustrial.
Os números finais do setor agrícola ficaram assim definidos: insumos 3,8 por cento; segmento primário 2,73 por cento; serviços 0,41 por cento, e agroindústria negativo 0,10 por cento.
Já o ramo pecuário encerrou 2015 com queda de 1,14 por cento, com os destaques negativos ficando com segmento primário (-1,43 por cento) e o industrial (-1,67 por cento).
O relatório do Cepea/CNA destacou que 2015 foi um ano ruim para a economia brasileira como um todo, fato comprovado pela queda de 3,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a CNA, a valorização do dólar frente ao real provocou consequências diferentes sobre o desempenho do agronegócio brasileiro.
Como grande parte dos insumos utilizados na produção agropecuária é importada, “o movimento cambial provocou aumentos expressivos nos custos de produção, influenciados ainda pela elevação preço da tarifa de energia elétrica e nos preços dos combustíveis”.
Ao mesmo tempo, especialmente no decorrer do segundo semestre do ano passado, disse o relatório, a valorização cambial ajudou a amenizar o efeito da retração ocorrida nas cotações dos preços internacionais, em dólares, sobre a rentabilidade das culturas e de agroindústrias voltadas para o mercado externo, de acordo com a avaliação da CNA.