As entidades do agronegócio estão na torcida para que os juros do Plano Safra 2016 se mantenham, pelo menos, iguais ao do ciclo anterior. No entanto, o governo já dá sinais de que haverá aumento no custo dos financiamentos para o próximo período.
Nesta terça-feira, durante a Tecnoshow Comigo em Rio Verde (GO), o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, João Marchesan, adiantou que em conversas com representantes do Ministério da Agricultura e do Ministério da Fazenda eles sinalizaram alta de juros.
“O Plano Safra já está em grande parte pronto. Só faltam alguns retoques. A expectativa é que os juros vão alterar para mais, tanto para o moderfrota quando para o custeio”, alertou Marchesan em entrevista ao Mercado&Cia.
Em Brasília, representantes do agronegócio devem se reunir com o secretário de Política Agrícola, André Nassar, no próximo dia 27 de abril para tratar do Plano Safra 2016. A perspectiva do diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Márcio Portocarrero, é que o setor não receba boas notícias.
“Marcaram uma reunião para falar disto. E a nossa expectativa, levando em conta o cenário atual, a crise econômica e o esgotamento do Tesouro Nacional é que os juros subam”, avalia.
Nos últimos dias o mercado financeiro voltou a avaliar uma redução provável na taxa básica de juros do Brasil, em função da projeção de queda na inflação. No entanto, é importante lembrar, que em abril de 2015 a taxa Selic estava em 12,65% e em abril agora de 2016 está em 14,25%. Ou seja, para equilibrar a diferença entre a taxa básica e os juros subsidiados há grandes chances de novas altas de juros pesarem na conta do setor produtivo na próxima safra.
Por: Kellen Severo