“Há quem aponte a falta de casos de sucesso de outros países na privatização de autoridades portuárias”

A ampliação da capacidade esta sendo um ponto crítico dos portos brasileiros, de acordo com o Porto de Santos. Nesse contexto, o porto paulista está se aproximando da ocupação total da sua capacidade para operações com contêineres, que é de 5,3 milhões de TEUs por ano.

“A Autoridade Portuária de Santos (SPA) afirma que está prevista a construção de um novo terminal, que deve possibilitar o processamento adicional de 2,3 milhões de TEUs por ano. Esse tipo de ampliação é fundamental”, ressalta Pierre Jacquin, vice-presidente para a América Latina na project44, plataforma líder em visibilidade em tempo real para o transporte de cargas.

Segundo o especialista, investimentos podem evitar sobressaltos como os aumentos expressivos do dwell time (tempo de permanência de contêineres carregados nos portos, à espera das viagens) registrados nos últimos dois anos nos embarques de produtos pelo Porto de Santos. “De acordo com a plataforma da project44, em julho de 2021 e em agosto de 2022 o dwell time para exportações por Santos chegou a dez dias e a oito dias, respectivamente. Normalmente, o índice médio é de cinco ou seis dias. Novos aportes no porto paulista podem evitar gargalos e acelerar os fluxos das operações. Em certos portos de estrutura mais moderna, os tempos de permanência para exportações costumam ficar em dois ou três dias”, pontua Jacquin.

“Há quem aponte a falta de casos de sucesso de outros países na privatização de autoridades portuárias. No entanto, diversos expedidores e transportadoras, além de especialistas, concordam que é preciso ampliar a capacidade operacional de Santos e de outros portos, e os governos enfrentam dificuldades imensas para investir”, afirma Jacquin. “Os portos são recursos estratégicos para a economia brasileira. É fundamental que eles recebam novos aportes, independentemente da natureza”.

Por: AGROLINK – Leonardo Gottems