“Vínhamos de um cenário bem negativo para as principais commodities. No caso da soja, entre janeiro e setembro, havia uma perda acumulada de 30% nos preços. No milho, essa perda era de quase 40% e, no trigo, de 29%. O piso da soja chegou a US$ 9 por bushel e o do milho chegou a US$ 3,30 por bushel. Esses números assustaram muita gente”, relembrou Cogo.
“No mês de outubro, no entanto, as commodities saíram desse que era o patamar mais baixo dos últimos cinco anos. Alguns fatos pontuais fizeram com que os preços no mercado futuro subissem forte demais, entre 10% e 15%, em outubro”, apontou ele.
O especialista aponta que os Estados Unidos passam por desafios logísticos, especialmente na via ferroviária: “Esses problemas para escoar a safra geraram problemas no abastecimento interno e, aí, por questões pontuais, os preços subiram. Só que depois de subirem, os preços não caíram mais. Isso dá a entender que os compradores enxergaram que não há mais espaço para a queda e aí, se construiu um novo piso”.
“Saímos de uma situação ‘no vermelho’ em 2015 para o ‘azul’, com exceção do algodão. Por tudo isso, acredito que esse não é um novo ciclo de baixa para a agricultura. Outro ponto a considerar é o clima. O El Niño não se confirmou e existe quase consenso entre os meteorologistas quanto à neutralidade das condições climáticas, ou seja, o Brasil deve repetir um recorde na safra e se aproximar das 200 milhões de toneladas”, conclui o diretor da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.