Não se pode perder do radar que uma continuidade do clima seco e quente nos EUA.

Com o aumento da disponibilidade da safrinha, os preços do milho no mercado brasileiro tendem a apresentar alguma queda ao longo dos próximos meses, aponta a Consultoria Agro do banco Itaú BBA. De acordo com o boletim Agro Mensal da Diretoria de Agronegócio da instituição financeira,  no entanto, as cotações não devem “descolar do valor da paridade de exportação”.

A StoneX liberou as primeiras estimativas para a 1ª safra 2022/23 do milho, que deve atingir um valor recorde 30,3 milhões de toneladas, 14,8% a mais do que o esperado para safra 2021/22. “Mas, ainda assim, espera-se uma redução na área plantada com o cereal nos estados do Sul e do Sudeste sendo substituídos pela soja”, dizem os analistas.

“O nosso cenário base aponta para preços firmes do milho em Chicago a reboque do balanço apertado de milho nos Estados Unidos (redução da produção de quase 20 milhões de toneladas sobre a safra anterior) e também sob a perspectiva global”, afirma o reporte do Itaú BBA.

Os especialistas de mercado de commodities ressaltam que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) publicou as previsões para a safra 2022/23, com estimativas negativas para os Estados Unidos, com redução de 1,0% na produção, atingindo 364,7 milhões de toneladas, e de 5,6% nos estoques finais, alcançando 35,3 milhões de toneladas.

“No panorama global, houve também uma redução das estimativas de produção caindo para 1,180 bilhão de toneladas na safra 2022/23 e um surpreendente aumento na safra ucraniana em 5 milhões de toneladas”, destacam.

“Além disso, não se pode perder do radar que uma continuidade do clima seco e quente tanto em parte do Corn Belt quanto na Europa poderá reduzir ainda mais a oferta de grãos no mundo. No entanto, caso observemos um fluxo maior de milho e trigo saindo da Ucrânia as cotações poderão apresentar algum arrefecimento adicional”, conclui a Consultoria Agro do banco Itaú BBA.

Fonte: AGROLINK / Por: Leonardo Gottems