Presidente da FPA destaca prioridades da agenda do legislativo neste segundo semestre

O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion, destacou as prioridades do colegiado de parlamentares ligados ao agro na agenda do Congresso Nacional para este segundo semestre, durante o 13º Congresso Andav, realizado pela da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), e organizado pela Zest Eventos, acontece até quinta-feira (8), no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

Entre os pontos principais estão: tramitação da reforma tributária no Senado Federal, licenciamento ambiental, novo modelo de seguro rural, regularização fundiária e marco regulatório para produção de bioinsumos. O presidente da FPA pontuou que o objetivo é que o texto da reforma tributária aprovado na Câmara dos Deputados, aceitável e razoável para o agro, segundo ele, seja mantido no Senado.

O deputado citou ainda questões relacionadas à transição energética e infraestrutura logística como outros temas em destaque no radar da FPA, assim como a vigilância constante que possam endereçar políticas públicas, que garantam a segurança jurídica no país. A senadora Tereza Cristina, também integrante da FPA, acompanhou a palestra de Lupion.

Fatores essenciais para agroeconomia brasileira

A irrigação e a armazenagem são pontos importantes para a agroeconomia no Brasil. Carlos Cogo, sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, em palestra no 13º Congresso da Andav, estimou que a irrigação tem o potencial de alcançar 47,7 milhões de hectares, contra os atuais 8,2 milhões de hectares, enquanto a armazenagem pode crescer, devido ao déficit de 121,7 milhões de toneladas.

Cogo afirmou que a classe média global vem se ampliando e a demanda por mais proteína e a carne de frango irá passar a carne suína em breve, o que significa que a demanda por grãos deve aumentar substancialmente. O destaque será a soja, que ocupará na próxima safra 81 milhões de hectares. A área plantada com a comoditie está crescendo 2,2%, mas só utiliza 1,7% do total do território. “O fato é que o agronegócio está crescendo 3% ao ano devido à produtividade”, explicou.

Sobre a correlação dos estoques/demanda a nível global, hoje, são 116 dias de reserva de soja no mundo, o que resulta em um cenário de preços baixos. Porém, os prêmios nos portos sobre preços futuros estão positivos. “O ano vai terminar com a soja em alta, mas o ciclo poderá ser quebrado dependendo das eleições dos EUA”, avaliou Cogo, que trouxe a expectativa de safra para o milho no Brasil de 130 milhões de toneladas. “Há um potencial enorme para o milho com o etanol”, pontuou.

Desafios para o mercado de distribuição de insumos

O mercado de distribuição de insumos no Brasil passa por diversos desafios. Marcelo Prado, presidente da MPrado Consultoria, avaliou, durante o 13º Congresso Andav, que a questão está na estratégia da compra do insumo. “Se o distribuidor consegue prever o melhor momento para ofertar a solução ao produtor rural, a margem poderá ser mais efetiva”, disse.

Prado ponderou que agilidade e o tamanho de estoque para o ano agrícola devem estar no planejamento do distribuidor e a tecnologia com suas mais diversas soluções auxiliam no gerenciamento de estoque e estratégia de venda.

Durante o painel Distribuidor 360º: Cenários e Desafios Atuais da Distribuição de Insumos no Brasil, Roberto Motta, CEO da Agro Amazônia, disse que no momento atual do país é necessário reduzir o custo e analisar o crédito com critério.

Aberto Yoshida, gerente de Relações Inst. e Novos Negócios da Adubos Real, considerou que o desafio neste cenário da distribuição de insumos no país é crescer de forma sustentável. Para isso, precisa ser rentável, eficiente e gerir um custo operacional menor para ter melhores resultados. Yoshida acrescentou que outro desafio é cuidar e preparar os colaboradores que irão atuar na linha de frente junto ao cliente.

Em concordância com a avaliação de Yoshida, Carlos Furusato, diretor/proprietário da AgroPodas, complementou que o consumidor busca praticidade e novas formas de consumo e que investir em modelos de automação e inteligência artificial vão poder definir melhorias futuras.

Fenômeno da ansiedade deve se acentuar – O filósofo Luiz Felipe Pondé discorreu sobre a era da ansiedade, que é um fenômeno decorrente da modernização tecnológica e que não deve regredir – pelo contrário – se acentuar. De acordo com Pondé, a tecnologia da informação, que se tornou presente no dia a dia, acelera processos, sendo o cerne da sociedade moderna. “Ao mesmo tempo que trouxe avanços, é algo que vem gerando uma série de transtornos, com destaque, por exemplo, para a ansiedade”.

Mercado americano de distribuição – O mercado americano de distribuição de insumos agropecuários enfrenta diversos desafios, de acordo com Daren Coppock, president & CEO da Agricultural Retailers Association (Estados Unidos), incluindo a dificuldade de se encontrar mão de obra para atuar no setor, a oscilação de preços de mercado, o risco com novas legislações voltadas aos defensivos e, inclusive, os parâmetros de divulgação das emissões de carbono.

Fonte: Elizabeth Melo (Mecânica Comunicação Estratégica)