A receita cresceu 800% com comercialização de molhos de pimenta e temperos
O ano de 2021 representou uma grande virada para Emerson José Rafael de Almeida, da fazenda Santa Helena, em Corinto, região Central de Minas Gerais. Neste período, o produtor já cultivava pimenta malagueta e fornecia o produto in natura para fabricantes de linguiça da região. No entanto, a chegada da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG Olericultura) do Sistema Faemg Senar resultou em um salto e ajudou na realização de um
sonho: o de beneficiamento da produção com a comercialização de molhos e pastas de alho.
Em oito meses, o cultivo de pés de pimenta dobrou, saindo do patamar de 2.200 e chegando a 5.500. Além disso, desde o início de 2023, a receita que antes era de R$2.000
saltou para R$18.000,00 ao mês, representando um aumento de 800%. “Para isso, foi necessário recalcular a rota com base na realidade da propriedade", disse o produtor
referindo-se ao planejamento de expansão do plantio apresentado pela técnica de campo
Paula Fabiane Alonso, com inserção de outras espécies de pimentas mais raras e de maior
valor econômico, como a Jalapenho e a Carolina Reaper.
Outra interferência foi no sistema de irrigação, que passou de aspersão por gotejamento,
para a redução da incidência de pragas e doenças e mais eficiência no uso da água. A área
de plantio do alho poró, espécie que proporciona um tempero de alto valor agregado, também foi reestruturada com foco em obter maior volume na colheita. Como resultado, o
produtor conquistou o título de referência no fornecimento de matéria-prima: as mudas, que antes do ATeG eram compradas, agora saem do próprio terreno e abastecem outros
produtores.
Muito além do plantio
Filho de pais agricultores, Emerson conta que a profissionalização por meio dos cursos do Senar Minas faz parte das recomendações consideradas essenciais pela técnica de campo, afinal, explorar novos mercados e constituir a agroindústria, que recebeu o nome de Temperos Santa Helena, era o próximo passo do projeto. Na bagagem, técnicas importantes sobre planejamento, sustentabilidade, beneficiamento, qualidade, logística e comercialização o levaram à sua primeira proposta de contrato com um distribuidor de cadeias de supermercados.
A oportunidade surgiu enquanto participava de um evento com stand do Senar, no Superminas, em Belo Horizonte. Hoje, para atender a demanda, a produção que antes apresentava uma média de 250 potes de tempero e 500 garrafas de molho de pimenta por mês, chega a 6.000 quilos. “Já estamos na segunda expedição. É só o começo”, comemora Emerson.
Atento às questões ambientais, ele está sempre buscando produzir com mais eficiência, adotando práticas conservacionistas e sustentáveis, o que permite a otimização do uso do solo. De acordo com a técnica de campo Paula Fabiane Alonso, os ganhos vão além, tanto para o produtor quanto para o consumidor. “O cuidado vai desde a adubação orgânica, na maior parte, até a conservação dos alimentos, que é feita apenas com a mistura de sal e vinagre”. comentou Paula sem esconder o sentimento de alegria com os resultados.
“Fico muito feliz quando os produtores atendidos pelo programa passam a conhecer bem a atividade, aproveitam as oportunidades e se abrem para a inovação. Em um mercado amplo, extenso e promissor como este, o céu é o limite”, complementou. O gerente regional do Sistema Faemg Senar, Rodrigo Ferreira, explica que a demanda por alimentos saudáveis e de qualidade é crescente, principalmente numa era em que a internet é a principal fonte de pesquisa do consumidor.
Com o ATeG aliado a esse cuidado na produção, tem-se também um novo olhar para o aumento da renda das famílias. “Além disso, as orientações necessárias e assertivas do técnico de campo compartilhadas ao longo do programa passam mais segurança ao produtor, o qual detém de todo o capital de onde vem o seu sustento”.
Fonte: Jo Moreira FAEMG