Paixão pela terra que atravessa gerações. É o que podemos dizer dos produtores rurais. Mas a frase se encaixa muito bem quando o assunto é a Velocidade na Terra, modalidade de automobilismo que une o esporte e o agro. Isso porque a maioria dos competidores são produtores rurais, que unem o trabalho e a velocidade com uma velha e boa parceira, a terra.
Praticado por homens e mulheres ligados às atividades do campo, o VNT Brasil tem se consolidado como o esporte do agro. Da essência até à organização, tudo passa pelas mãos de quem trabalha, produz e se diverte na terra.
Desde 1982 o VNT Brasil acelera em pistas de terra país afora. Com origem no interior do Paraná, a modalidade de automobilismo ganhou o gosto de moradores de Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Bahia e tantos outros estados. Com a contribuição da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) foi regulamentada, melhorada e ampliada. E, desde então, vem ganhando corpo e profissionalismo.
Atualmente, o Campeonato Brasileiro de Velocidade na Terra, mais conhecido como VNT Brasil, acontece em estados e municípios onde o agro está fortemente presente, seja na produção de grãos, de fibra, pecuária e até no lazer dos produtores. Dentre os destaques, vale pontuar Luís Eduardo Magalhães-BA e Campo Novo do Parecis-MT, ambos grandes produtores de grãos e fibra. E o profissionalismo ganhou mais força com a chegada da SR, empresa realizadora do certame nacional.
Um dos pioneiros da Velocidade na Terra em Mato Grosso é o produtor rural e empresário do agro, Fernando Scheffer. Tudo começou pela busca de algo diferente, fora do expediente de trabalho, especialmente aos finais de semana, em Sapezal, região Oeste do estado. “Tivemos o conhecimento sobre o esporte, gostamos e abrimos a pista. No começo foi muito para o nosso lazer, já que a cidade não disponibilizava nenhum atrativo para os finais de semana. Abríamos as pistas na fazenda mesmo e acelerávamos”, contou.
Outra característica que une o VNT Brasil ao agro é a participação e apoio da família em ambas atividades, especialmente o legado e a sucessão familiar. Fernando aos 56 anos acelera forte e em 2023 ocupa a segunda posição da categoria Autocross Sênior. Exemplo de que o esporte atravessa gerações é que no Campeonato Brasileiro deste ano ele divide as pistas com sobrinhos, filhos e netos.
Quem se apaixonou cedo pela Velocidade na Terra seguindo o legado do avô é o piloto José Carlos Souza Alves, o Zézinho do KartCross, (31 anos). A história de Zézinho está completamente ligada ao agro, ele é piloto agrícola em Tapurah-MT. A profissão é herança da família, assim como o amor pelo automobilismo na terra.
Piloto nas pistas e no ar, Zézinho afirma que a adrenalina maior é nas competições do KartCross. “Na aviação agrícola é um trabalho profissional, que requer muito cuidado, concentração e assertividade em tudo. O KartCross também é levado a sério, mas sem cobranças, a gente está para competir, mas acima de tudo estar em altas velocidades. E claro, andar de avião a 200 km/h e altura de 2 a 3 metros do chão (baixo), é preciso tomar cuidado com redes de energia e outros inúmeros obstáculos. Isso me ajuda a ter mais reflexo, questão de profundidade, intensidade. E com certeza o Kart é mais difícil do que avião”, explica.
Zézinho é quem prepara os motores dos veículos que compete, o que o ajuda em um conhecimento a mais sobre a máquina que tem nas mãos durante os campeonatos. E conta com apoio da família, seja pilotando na terra ou no céu. “Minha família apoia muito. Em todos os pilotos é assim. Vão todos unidos, levam os filhos, esposa. A gente aproveita para competir e passar um final diferente com a família. Levei até meu irmão para o KartCross e também já está apaixonado”, contou.
Por que o VNT Brasil é o esporte do agro? José Carlos acredita que “não tem como fugir, a essência do agro e do VNT estão na terra. Todos os pilotos estão diretamente ligados ao setor e colaboram para que o evento aconteça. Na minha cidade, por exemplo, são máquinas ajudando a melhorar pista, caminhões pipas para manutenção, que são todos dos produtores, que também competem seja no KartCross, Autocross ou outras categorias”, disse.
Fernando Scheffer também defende que a paixão pelo cultivo na terra atraiu profissionais, produtores e empresas do agro para a velocidade nas pistas de terra. “Hoje os nossos pilotos são 99% produtores rurais, especialmente na minha categoria que é o AutoCross. As marcas patrocinadoras também pertencem ao agro e estão diretamente ligadas ao nosso dia a dia. O ambiente, a adrenalina e o cuidado em preparar e garantir boa pista aos pilotos e uma terra fértil aos agricultores, fazem do VNT Brasil O Esporte do Agro”, finalizou.
VNT Brasil 2023
O VNT Brasil já acelerou as máquinas nesta temporada de 2023. São cinco etapas em municípios com forte conexão com a atividade agrícola do país. Entre os dias 29 de setembro e 01 de outubro, a disputa será em Rio Verde-GO. A grande final do campeonato será em Cuiabá (MT), nos dias 01 e 02 de dezembro.
A etapa de abertura aconteceu no mês de março em solo catarinense, na cidade de Balneário Camboriú-SC. A segunda etapa passou por Campo Novo do Parecis-MT, no mês de maio. A terceira etapa do certame aconteceu em Luís Eduardo Magalhães-BA, no final do mês de julho.
Vale lembrar que todas as etapas são transmitidas ao vivo pelo site www.vntbrasil.com.br e no canal no YouTube VNT Brasil. Acompanhe as novidades e bastidores pelas páginas oficiais no Instagram e Facebook @vntbrasil
Para realização do campeonato deste ano o VNT conta com patrocínio master da UPL OpenAg e FG Empreendimentos. E patrocínio platinum da Petronas, Inpasa, TMG, RZK Rental, e fornecedores oficiais Carvalima Transportes, Chapéus Pralana, Nordeste Emergências e Stamp Uniformes. O campeonato conta também com apoio da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA).
Fonte: Crop AgroComunicação | Assessoria VNT