Programa Sebrae Inteligência Setorial oferecerá informações estratégicas para o setor de alimentos

O Sebrae Inteligência Setorial (www.sebraeinteligenciasetorial.com.br), portal que já oferece informações estratégicas gratuitas beneficiará três diferentes segmentos da cadeia de alimentos: “Agroindústria e Bebidas Artesanais” (cachaça, laticínios, cervejas artesanais e cafés especiais);  “Alimentação fora do lar” (bares e restaurantes, panificação e confeitaria); e “Produção, Abastecimento e Distribuição” (centros de distribuição como Ceasa, Cadeg, Mercado São Sebastião e Mercado São Pedro). Desenvolvido pelo  Sebrae/RJ (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio), o programa já atende os setores de construção civil, moda, turismo e petróleo & gás do Rio de Janeiro.

A previsão é que o conteúdo sobre o setor de alimentos esteja disponível para consulta no portal a partir da segunda quinzena de maio. Segundo o gerente de conhecimento e competitividade do Sebrae/RJ, Cezar Kisrzenblatt, este segmento possui uma cadeia extensa, que abrange desde a produção, distribuição, até chegar à ponta, os consumidores. “A cadeia tem grande importância no Rio, principalmente porque termos uma extensa rede de bares, restaurantes e hotéis. A gastronomia também tem se destacado com a geração de novos negócios e ganhado maior popularidade por meio de feiras e eventos”.

“Agroindústria e bebidas artesanais”
Dentro do segmento de agroindústria, o portal abordará temas relacionados à produção de cachaça, laticínios, agroecologia (orgânicos), cafés especiais e bebidas artesanais. Segundo o engenheiro agrônomo e consultor Aly N Diaye, é importante valorizar e dar suporte aos produtores rurais, que são a origem de toda a cadeia de alimentos: “Algumas questões são elementares, mas o produtor, na maioria das vezes, não tem acesso, ou não sabe onde buscar informações como, por exemplo, a legalização fundiária, o uso de novas tecnologias e processos, tendências do mercado e a própria gestão, muitas vezes feita sem visão empresarial. É preciso estimular a criação de redes de produtores para facilitar o fluxo de informações e fortalecer a classe”. Para ele, o conteúdo oferecido pelo programa de inteligência setorial “vai suprir uma demanda antiga de informações sobre o setor”.

Embora não seja o maior produtor de cachaça, o estado do Rio de Janeiro é o segundo maior exportador do produto, e possui o maior número de cachaças certificadas pelo Inmetro. Das 33 marcas nacionais certificadas em todo o Brasil, dez são do Rio. No entanto, segundo a produtora e presidente da Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça do Estado do Rio de Janeiro (Apacerj), Katia Alves, ainda são muitos os desafios. “A cachaça produzida no Rio tem conquistado reconhecimento nacional e internacional com importantes premiações, mas enfrentamos algumas dificuldades como a falta de mão de obra qualificada e canais de distribuição dentro do estado e em todo o Brasil. O programa é uma oportunidade excelente para atender à necessidade real dos produtores de cachaça por informação especializada”, afirma.

“Alimentação fora do lar”
Com o mercado de gastronomia aquecido, o Rio de Janeiro tem expandido sua rede de bares, restaurantes, panificadoras e confeitarias. No entanto, as demandas do setor, segundo Darcílio Junqueira, superintendente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (Sind Rio), são diversas. “A falta de mão de obra é, sem dúvida, a principal dificuldade, mas outras demandas de gestão também são relevantes como a falta de planejamento e pesquisa de público e localização para o negócio”, explica.

Junqueira acredita que o programa vai oferecer ao empresário do setor informações que vão ajudá-lo a gerir seu negócio. “Hoje não basta apenas treinar o funcionário, o gestor também precisa se qualificar. A cultura empresarial está mudando. O empresário tem participado mais de discussões, buscado mais informações. É importante ter uma fonte confiável e direcionada para esses empreendedores”.

Para Dênis Knauth, proprietário de um bar especializado em culinária mineira, a falta de mão de obra é um problema real e corriqueiro para quem oferece serviços de alimentação fora do lar. “A rotatividade é muito alta e falta gente qualificada no mercado, que tenha agilidade e habilidade no atendimento do público. Principalmente para o empresário que ainda está estruturando seu negócio, como é o meu caso, é fundamental ter acesso à informações sobre gestão, fornecedores e qualificação. O conteúdo do portal será muito útil”, afirma.

“Produção, abastecimento e distribuição”
Boa parte da produção de hortifrutigranjeiros e pescados do estado do Rio de Janeiro é direcionada para os grandes centros de distribuição como o Ceasa, Cadeg, Mercado São Sebastião e o Mercado São Pedro. No caso dos orgânicos, a comercialização acontece mais na venda direta em feiras e cestas domiciliares, mercado institucional e em lojas varejistas, mercado que tem crescido, em especial nas feiras de bairro.

Segundo Roberto Mattar, engenheiro agrônomo e fiscal federal agropecuário da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário no Estado do Rio de Janeiro (DPDAG), este segmento de distribuição atua, muitas vezes, informalmente e precisa de suporte em gestão e logística. “É preciso mapear quem são os distribuidores e/ou os atravessadores finais, que entregam o produto nos bares e restaurantes, para otimizar a logística de entregas. Os processos de armazenamento e segurança alimentar também são, muitas vezes, desconhecidos desses empresários. Além de outras questões, como falta de planejamento, definição de preço e oportunidades de contratos governamentais”, explica.

Construção colaborativa
Durante três workshops com a presença de empresários do ramo de alimentos e representantes de entidades, associações, sindicatos e instituições parceiras do Sebrae/RJ, foram definidas, de forma colaborativa, as principais demandas do setor para comporem o “Mapa de Informações Estratégicas”. Entre os principais temas propostos para serem monitorados pela ferramenta de inteligência estão questões relacionadas à legislação do setor de alimentos, mercado, gestão, políticas públicas, mão de obra, fornecedores e ambiente tecnológico.
Os temas relevantes serão monitorados, organizados e validados por especialistas do setor, e transformados em produtos de Inteligência (boletins, alertas de oportunidades e ameaças, notícias relevantes, relatórios de tendências e cases de sucesso). Também haverá dicas sobre como usar, na prática, as informações estratégicas para melhorar a gestão e alavancar os negócios. Os setores estratégicos de base tecnológica e economia criativa, com os quais o Sebrae/RJ atua, serão os próximos atendidos pelo programa de forma gradativa.

Por: SEBRAE