O milho ucraniano continua a fluir para a Europa por terra e mar.

A produção combinada de cevada, milho e trigo da Europa cairá 20 milhões de toneladas nesta safra na comparação ao ano passado, com a produção total de grãos sendo a menor desde a temporada 2018/19. Essa é a projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

A Consultoria AgResource Brasil espera que a produção de grãos da Europa seja “cortada em mais três a quatro milhões de toneladas, já que os rendimentos de milho são digeridos nos próximos 30 a 45 dias”. Já o USDA atrela os estoques de grãos combinados na Europa este ano a uma baixa de 19 anos, ficando em 22 milhões de toneladas.

“Os estoques e uso de grãos em 22/23 estão projetados em um recorde de baixa de 8,1%, mas a AgResource acredita que os estoques e uso de grãos da Europa caiam de7,8 a 7,9%, o que reflete apenas 28 dias de consumo. Os estoques e uso recordes serão inevitáveis, e há poucas dúvidas de que o movimento de grãos da Ucrânia para a Europa Oriental será desafiado até que a guerra termine”, afirma a AgResource Brasil.

Também é revelador, apontam os analistas de mercado, que o mercado europeu de milho se recuperou, apesar da colheita iminente e das importações nas últimas semanas. As importações oficiais de milho da Europa até 25 de setembro totalizam 2,5 milhões de toneladas, quase o triplo do ano passado.

“O milho ucraniano continua a fluir para a Europa por terra e mar. O mercado de milho
da Europa continua a limitar qualquer ou até mesmo toda a demanda de exportação por
meio de fortes preços domésticos à vista. E a tendência sazonal do milho da Europa é claramente positiva além do início de outubro. A AgResource suspeita que as necessidades de importação de milho da Europa em 2022/23 excederão os 19 milhões de toneladas projetados pelo USDA em 2 a 3 milhões de toneladas”, afirma a Consultoria.

“O mercado de grãos à vista da Europa fornecerá orientação para os futuros da Bolsa de
Chicago no início do final de 2022. A AgResource duvida muito que o mercado da Europa
possa embarcar em qualquer correção duradoura até que o milho precoce seja colhido
no Brasil e a nova safra de trigo da Austrália esteja totalmente disponível para o
mercado mundial em janeiro”, conclui a AgResource Brasil.

Por: AGROLINK – Leonardo Gottems