Uma das 11 parcelas temáticas apresentadas pela Emater/RS-Ascar, durante a Expoagro Afubra 2015, em Rio Pardo, trata da avicultura colonial como alternativa de diversificação produtiva na agricultura familiar, enfocando principalmente questões referentes à alimentação das aves, responsável por até 70% dos custos de produção. No local, os técnicos da Emater/RS-Ascar ensinam os produtores a prepararem uma ração aproveitando a parte aérea e as raízes da mandioca.
Conforme Luiz Fernando Gerhard, engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Vera Cruz, o produtor consegue reduzir em até 40% os custos de produção ao utilizar a mandioca na alimentação das aves. “Diminui-se o uso de farelo de milho e de soja, obtendo-se uma ração mais barata. Com isso, o produtor fica menos dependente de insumos externos, pois a mandioca é facilmente encontrada nas pequenas propriedades”, afirma.
Da parte aérea da mandioca, o produtor obtém uma ração mais indicada às aves de corte, devido ao alto teor proteico. “As folhas possuem o dobro de vitamina A da alfafa, responsável pela coloração das aves e dos ovos”, acrescenta Gerhard. Já o farelo feito à base das raízes, devido ao grande valor energético, deve ser ministrado às galinhas poedeiras. “A raiz tem mais cálcio, resultando num ovo de melhor qualidade”, explica o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar.
Para obter o farelo das ramas, o produtor deve picar as folhas e hastes, desidrata-las e moer o feno resultante deste processo, produzindo então o farelo. As etapas são as mesmas para fazer a ração a partir da raiz da mandioca. O ácido cianídrico presente na mandioca, tóxico para os animais, é todo eliminado durante o preparo da ração.
A agricultora Luciana Tavares, de Rio Pardo, que há cinco anos decidiu introduzir um aviário em sua propriedade como alternativa à produção de fumo, ficou interessada nas informações repassadas na parcela da Avicultura Colonial, pois as suas galinhas não estão ganhando peso. “Viemos à feira em busca de outras atividades para diversificar a nossa produção, que tem como base o fumo e a soja. Não posso colocar as minhas filhas para trabalhar com o tabaco, e a avicultura é uma boa alternativa para elas continuarem na propriedade. Temos como viver de outra maneira”, afirmou Luciana, que estava acompanhada das filhas Lidiane, de 10 anos, e Cassiane, de 13 anos.
Por: Expoagro Afubra