Grupo Patense investe em aquisições no sul do País e planeja crescimento para os próximos anos
Há um ditado popular que diz que do boi só não se aproveita o berro. E realmente, além da carne, temos o couro usado na indústria de confecção e os ossos transformados em farinha que será utilizada na fabricação de ração para animais. No caso dos pescados não é diferente. O que sobra após a retirada de toda a carne da carcaça do peixe também é aproveitada como farinha para ração, além do óleo que pode ser consumido como matéria-prima para biodiesel, alimentação animal, entre outros.
Atualmente, estudos mostram que os restos orgânicos de pescado podem ser transformados em Poliuretano, um polímero que forma um material sólido com textura muito similar à espuma. Ele pode ser usado na produção de espumas para colchões, travesseiros, assentos de automóveis, isolantes térmicos e acústicos, na produção de fibras, vedações, preservativos, calçados, dentre tantos outros produtos.
Segundo a Associação Brasileira de Reciclagem Animal-ABRA, o Brasil produz cerca de 200 mil toneladas de sobras de peixes por ano que serão usadas como matéria-prima para as indústrias de reciclagem de pescado. Ou seja, toneladas de resíduos de pescados que iriam para os aterros sanitários ou lixões estão sendo coletados e processados por diversas empresas especializadas.
Pioneirismo na reciclagem
Clênio Gonçalves, presidente do Grupo Patense, lembra que essa preocupação em reciclar as sobras de animais não era comum em 1970, quando fundaram a primeira empresa em Patos de Minas, Minas Gerais. “Inicialmente, utilizávamos restos do abate bovino”, explica. Mas, em 2014, o conglomerado viu uma grande oportunidade na reciclagem dos resíduos de peixes, isso depois de terem enveredado pela reciclagem dos resíduos de frangos e suínos. “A produção de pescado teve um grande crescimento devido ao aumento do consumo interno e das exportações e, assim, a oferta das sobras também cresceu”, afirma.
Hoje, com 12 indústrias que reciclam sobras de abates animais no Sul e Sudeste (MG, SP RJ, PR, SC e RS), além de uma unidade no Mato Grosso do Sul, o grupo possui uma capacidade de reciclar mais de mil toneladas de pescado por dia, além dos resíduos de aves, suínos e bovinos. Gonçalves diz que “além das melhores tecnologias, automação e parcerias, nosso grande diferencial são os mais de 1.800 colaboradores que, diariamente, exercem as melhores práticas para atendermos cada vez melhor a cadeia produtiva de pescados e outras proteínas, contribuindo de forma significativa para uma economia sustentável”.
Com investimentos permanentes, o Grupo Patense possui uma frota de mais de 400 veículos próprios para atender os fornecedores no tempo exato (just in time) em que for acordado, além de contar com uma central de monitoramento em tempo real para garantir o cumprimento dos prazos. “As nossas unidades industriais estão preparadas para um crescimento de 40% no volume de produção, pois vemos o setor de pescado em ascensão no país”, afirma Gonçalves. A empresa também conta com um laboratório próprio certificado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e tecnologia NIR, que permite análises rápidas e seguras dos produtos em cada unidade.
Gonçalves também vê com bons olhos iniciativas como a Semana do Pescado, pois estimulam o consumo interno no Brasil. “A campanha, além de fomentar o consumo da proteína de peixe, é vital para valorizarmos o comprometimento da cadeia produtiva do segmento e seguirmos produzindo com qualidade, segurança e transparência”.
Fonte: 2PRÓ Comunicação