Recuperação nas cotações do trigo

As cotações do trigo, em Chicago, também se recuperaram nesta semana, em típico movimento de tomada de lucros pelos operadores, a partir de informações climáticas nos EUA e parte das regiões produtoras mundiais

As cotações do trigo, em Chicago, também se recuperaram nesta semana, em típico movimento de tomada de lucros pelos operadores, a partir de informações climáticas nos EUA e parte das regiões produtoras mundiais. O bushel de trigo atingiu a US$ 7,95 no fechamento do dia 24/08, para o primeiro mês cotado, porém, na quinta-feira (25) também houve ajustes técnicos que trouxeram o produto para US$ 7,69, contra US$ 7,31/bushel uma semana antes.

A colheita do trigo de inverno nos EUA, no dia 21/08, atingia a 95% do total, contra a média histórica de 97%. Já a colheita do trigo de primavera atingia a 33% da área, contra 54% na média histórica para a data. Por sua vez, as condições das lavouras de trigo de primavera que ainda faltavam colher apresentavam 64% entre boas a excelentes, 28% regulares e 8% entre ruins a muito ruins. Enquanto isso, pelo lado dos embarques de trigo por parte dos EUA, o país norteamericano chegou a 594.273 toneladas na semana encerrada em 18/08. Com isso, o total embarcado no atual ano comercial, iniciado em 1º de junho, atinge a 4,5 milhões de toneladas de trigo, contra mais de 5,7 milhões um ano atrás.

Por outro lado, na Ucrânia a colheita de trigo, apesar da guerra, já está 91% concluída no início da presente semana, com um total de 17,4 milhões de toneladas produzidas. O rendimento médio é de 4.000 quilos/hectare, lembrando que em 2021 a Ucrânia colheu 32,2 milhões de toneladas de trigo. Devido a guerra, a produção geral de todos os grãos, naquele país, pode recuar para 65 a 67 milhões de toneladas. Enquanto isso, a exportação de trigo pela Rússia, em julho e agosto, deve totalizar 5,9 milhões de toneladas, com recuo de 27% diante do mesmo período do ano anterior, sendo este o menor volume para os dois primeiros meses do novo ano comercial 2022/23, desde o ano 2017/18, estimou a consultoria Sovecon. E no Brasil, os preços do trigo cederam mais um pouco. A média gaúcha fechou a semana em R$ 100,65/saco, sendo que as principais praças do Estado registraram R$ 100,00. Já no Paraná o produto oscilou entre R$ 108,00 e R$ 110,00/saco.

Quanto à futura colheita, o Paraná espera atingir a 3,9 milhões de toneladas de trigo neste ano, mas há relatos de perdas de lavouras devido a geada do final da semana anterior. Ainda é cedo para se estimar o volume das perdas, porém, esta realidade deve impedir que se alcance o volume indicado na produção. De fato, segundo o Deral, a condição média das lavouras de trigo do Paraná piorou após a ocorrência de geadas na última semana, especialmente em áreas do sudoeste do Estado. Agora o órgão do governo estima que 80% das áreas estão em boas condições, sete pontos abaixo do visto na semana anterior, enquanto 17% estão em situação média (11% na semana anterior) e 3% estão ruins. Os prejuízos por geadas levam alguns dias para ficarem mais claros nas lavouras.

Dito isso, o Paraná já colheu 2% de sua área de trigo até o início da presente semana. O Estado já tem 18% dos trigais em fase de maturação. E no Rio Grande do Sul, com o plantio encerrado, a expectativa é de uma colheita de 4 milhões de toneladas, porém, algumas regiões também podem ter sofrido alguma perda com a geada. Para aumentar a preocupação, a meteorologia indica novas geadas para o início de setembro no Estado gaúcho. De forma geral, o Brasil já teria colhido 4% de sua área de trigo, porém, o mercado continua bastante travado.

Fonte: Agrolink