Produtos têm características artesanais, realçadas pela segurança alimentar e pelo status sanitário de Santa Catarina
Resultado de uma inédita ação associativista iniciada há seis anos com o apoio do Sebrae/SC, cerca de 50 pequenas agroindústrias do oeste catarinense – reunidos em uma cooperativa e uma associação – lançam neste mês uma linha original de produtos de proteína animal com a marca estadual Saborense (sabor catarinense), com características artesanais das receitas passadas de geração em geração, aliadas à segurança alimentar e ao status sanitário de Santa Catarina.
O lançamento ocorre nesta semana (dias 21 a 23) na Exposuper, em Joinville, e é a primeira apresentação da linha completa de 13 produtos, assinalando o sucesso dessa ação empresarial.
A Associação de Agroindústrias Alimentícias de Santa Catarina (ASAA-SC), que depois deu origem à Cooperativa de Produção e Consumo Saborense, foi criada em 2016 com sede no município de Concórdia, como projeto-piloto para a criação de uma Central de Compras e uma marca coletiva. O objetivo inicial – que se mantém até hoje – foi centralizar os pedidos de compras dos associados e, com o aumento de volume, garantir melhores margens de preços e a redução do custo operacional, lembra o presidente Wolmir de Souza.
A integração da rede de pequenas agroindústrias (entre elas, frigoríficos) possibilitou a criação da marca estadual Saborense e ampliou as oportunidades das pequenas empresas por meio de uma padronização de produtos e processos capazes de assegurar qualidade em todo o processo e no produto final. “Juntas, essas empresas desfrutam de novas oportunidades de mercado”, assinala o dirigente. “Este trabalho associativo e tecnicamente correto e nivelado às grandes indústrias assegura ao consumidor qualidade, disponibilidade de produto e uma característica cultural e familiar que é específica deste segmento”, completa Souza.
A criação do conceito da marca coletiva teve apoio do Sistema “S” (Sebrae, Faesc/Senar, Fiesc/Senai, Senac) e Unochapecó. Em 2020, foi instituída a marca coletiva, com identidade própria e formalizada a cooperativa para centralizar as vendas dos produtos. O próximo passo é obter a categorização como marca com indicação geográfica junto ao Ministério da Agricultura.
“Esse projeto é a soma de objetivos, mas acima de tudo, é uma busca por aproveitar oportunidades. Vivemos um tempo de dificuldades, onde a concorrência faz parte do dia a dia e nos perguntamos até onde as nossas pequenas marcas, até onde a nossa história vai conseguir ser vendida. Numa viagem que fizemos à Europa conhecemos pessoas que não embalam simplesmente produtos, eles embalam a história deles. Aí nós percebemos que estamos perdendo de contar a nossa história, de gerações, porque não conseguimos ter uma grande marca e atingir uma grande rede porque nossa produção é pequena.”
O gestor estadual do agro Enio Albérto Parmeggiani realça que a criação de centrais de negócios apoiada pelo Sebrae/SC promoveu o desenvolvimento dos pequenos negócios e do território onde estão instalados. “A central de negócios melhorou o poder de compras dos frigoríficos, disseminou melhores práticas, compartilhou recursos de infraestrutura e combinou competências, elevando seu grau de sustentação e de competitividade”.
De acordo com o gestor, para a concepção desse projeto foi fundamental o entendimento de todos sobre a oportunidade de cooperação, a aplicação da metodologia de central de negócios, a interação e a geração de confiança, que garantiram o encaminhamento para as ações de mercado. “Um grupo que defende a origem, a originalidade desses produtos e se propõe a conquistar o mercado e a confiança dos consumidores, nos fortalece economicamente”. O resultado são produtos diferenciados que muito lembram as características e os sabores do povo catarinense.
Fonte: MB