Na sexta-feira, os gregos fecharam um acordo para extensão do programa de ajuda por mais quatro meses, após semanas de conversas. O atual programa de Atenas vence no fim deste mês. Pelo acordo, o governo grego precisa apresentar hoje uma lista de reformas – incluindo cortes orçamentários e mudanças econômicas -, que será submetida à aprovação da troica.
“Os investidores ficaram modestamente entusiasmados com o acordo da Grécia”, disse Chris Weston, estrategista-chefe da corretora IG, de Melbourne, na Austrália. “A questão em torno da Grécia ainda foi resolvida, mas deu ao mercado fôlego para as próximas semanas”, acrescentou.
Há também uma forte expectativa dos investidores pelo próximo discurso da presidente do Federal Reserve(banco central norte-americano), Janet Yellen, previsto para quarta-feira. O mercado deve aproveitar a fala de Yellen para encontrar pistas sobre o momento aproximado de elevação das taxas de juros nos Estados Unidos.
Com isso, o índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou o dia com avanço de 0,02%, a 24.836,76 pontos, e o sul-coreano Kospi ganhou 0,35%, a 1.968,39 pontos. O australiano S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,45%, a 5.908,00 pontos, depois de três dias seguidos em queda. Os principais bancos do país foram os maiores beneficiados. O Commonwealth Bank of Austrália encerrou a sessão com ganho de 0,2% e o ANZ avançou 0,7%.
Os mercados da China e de Taiwan permanecem fechados, em razão das comemorações do feriado de Ano Novo Lunar. (André Ítalo Rocha, com informações da Dow Jones Newswires –
INFORMATIVO DE MERCADO
SOJAOs futuros de soja terminaram a sexta-feira em queda na Bolsa de Chicago (CBOT), mas encerraram a semana com ganho de 1,19%. Após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter previsto aumento dos estoques domésticos em 2015/16 no segundo e último dia do fórum Agricultural Outlook, investidores aproveitaram para embolsar lucros. Nesta semana, o mercado deve focar o ritmo de colheita no Brasil, já que a expectativa é de diminuição das chuvas no País.
A soja para maio recuou 9 cents (0,89%), para US$ 10,0225/bushel. Entretanto, os preços encerraram a semana acima do nível psicológico de US$ 10/bushel. Na sexta-feira, o principal fator de pressão foi a projeção do USDA de que os estoques finais de soja dos EUA devem aumentar 11,68% em 2015/16, para 430 milhões de bushels (11,7 milhões de toneladas). Na temporada atual, que se encerra em 31 de agosto, a projeção é de que os estoques somem 385 milhões de bushels (10,48 milhões de toneladas). As estimativas foram divulgadas pelo USDA durante o fórum Agricultural Outlook, em Arlington, no Estado norte-americano da Virgínia.
“O USDA divulgou previsão de um nível de estoque maior do que está se visualizando para este ano-safra, e a soja devolveu parte dos ganhos da semana”, explicou o analista Stefan Tomkiw, da Jefferies Bache. Ainda assim, ele chamou atenção para as perdas menores do farelo devido ao resultado das exportações semanais norte-americanas. “Isso deu sustentação ao farelo, e evitou que a soja escorregasse um pouco mais.”
O governo norte-americano informou na sexta-feira v endas de 316,6 mil toneladas de farelo da safra 2014/2015 na semana encerrada em 12 de fevereiro, incremento de 67% ante a semana anterior. Para entrega em 2015/16, foram vendidas outras 35,9 mil toneladas. Somadas, as vendas das duas safras superaram a expectativa do mercado (de 125 mil a 225 mil toneladas). As vendas de soja diminuíram 32% na comparação semanal, mas o analista salientou que a percepção do mercado é de que ainda há espaço para o produto norte-americano. “O fluxo comercial do Brasil ainda está baixo para o atual período. E essa falta de um maior fluxo exportador brasileiro mantém a ideia de que importadores ainda podem comprar alguma coisa dos EUA.”
As vendas dos EUA no acumulado da safra 2014/15 (46,688 milhões de toneladas) já totalizam 95% do previsto pelo USDA para o ciclo (48,72 milhões de t), conforme Tomkiw. Já os embarques efetuados pelo país até o momento significam 82% do volume total esperado pelo USDA para 2014/15.
Para esta semana, invest idores devem focar no esvaziamento das negociações internacionais de soja durante o feriado de Ano Novo chinês. O avanço da colheita da oleaginosa no Brasil também deve continuar concentrando as atenções. “A previsão de um padrão de clima mais seco na próxima semana (esta semana) deve contribuir para a colheita avançar um pouco mais”, disse o analista.
COTAÇÕES DO COMPLEXO SOJA NA BOLSA DE CHICAGO
|
CBOT/Agência Estado
No mercado doméstico, a comercialização ainda é lenta. Fora a queda dos futuros na CBOT, a preocupação com os bloqueios em rodovias também empacava negócios. Além da dificuldade de escoar o produto até os portos, produtores também não recebiam combustível para colheitadeiras. Transportadores e caminhoneiros iniciaram na semana passada protestos em estradas contra o elevado custo do setor. “A soja deve ficar pronta para colher, mas as máquinas não têm óleo”, relatou corretor do Centro-Oeste.
Em Mato Grosso, saíram acordos a R$ 51/saca para retirada em Sorriso até 10 de março e pagamento até a metade do mesmo mês na sexta-feira. Corretor da região contou ter fechado 900 toneladas, mas relatou ter ouvido negócios de lotes acima de mil toneladas. Na quinta-feira, rodaram volumes maiores a R$ 52/saca. Para prazos de entrega e pagamento mais longos, era possível fechar negócio por cerca de 50 centavos acima dos níveis atuais, segundo o agente. Na região, a colheita acele rou no carnaval, mas paralisou no fim da semana passada por causa das chuvas. Era esperada a retomada dos trabalhos no domingo se a previsão de tempo seco se confirmasse.
No Paraná, a distância entre pedidas de compra e venda dificultava a comercialização. Enquanto vendedores pediam R$ 67/saca para entrega em março no Porto de Paranaguá e pagamento em abril, compradores indicavam R$ 65,20/saca para os mesmos prazos. Outras propostas no terminal somavam R$ 66,20/saca (abril/maio) e R$ 65,20 (abril/julho). Para entrega no noroeste do Estado, era possível fechar negócio para entrega em março de R$ 58,50/saca a R$ 60,50/saca. Posto na ferrovia em Maringá, havia chance de negócio a R$ 62/saca, também com entrega no mês que vem. No spot, vendedores pediam R$ 60/saca para retirada no oeste do Estado. Corretora de Maringá relatou não ter visto negócios na sexta-feira. “Vendedor reclama do preço do frete. Comprador não está querendo chegar no preço que estão pedindo”, assinalou a age nte. Na avaliação dela, entretanto, as negociações devem acelerar esta semana. As chuvas da semana passada dificultaram entregas, e granjas e indústrias podem voltar ao mercado por necessidades mais urgentes. No norte do Paraná, a colheita sequer começou em algumas áreas. Em outras, não passa de 1% da safra 2014/15.
O indicador Cepea/Esalq, calculado com base nos preços em cinco praças do Estado do Paraná, terminou a sexta-feira em alta de 0,24%, a R$ 61,57/saca. Em dólar, o indicador ficou em US$ 21,44/saca (estável). A moeda norte-americana fechou em alta de 0,24%, a R$ 2,8720.
EVOLUÇÃO DE PREÇOS NO MERCADO FÍSICO DE LOTES
|
Cepea/Agência Estado
MILHO
O ritmo de comercialização de milho no mercado brasileiro pode crescer no início desta semana, com a expectativa de tempo mais seco após uma semana em que as chuvas atrapalharam a colheita de verão e o embarque do produto dentro do País. Entretanto, a incerteza sobre a continuidade de bloqueios em rodovias preocupava participantes, não apenas pela dificuldade de escoamento, mas também porque caminhões transportando combustível para colheitadeiras não estão chegando às propriedades. Caminhoneiros e transportadores protestam contra os custos elevados do setor. A negociação futura da safrinha 2014/15 tende a continuar enfraquecida. Agricultores de pontos de cultivo do Centro-Oeste já venderam antecipadamente boa parte da produção e agora preferem aguardar para ver se conseguirão semear a área esperada e quanto do plantio será realizado fora da janela ideal. No Sul, produtores seguem evitando esse tipo de operação devido ao temor de intempéries durante o cultivo da safrinha.
Em Mato Grosso, a movimentação era restrita. “Não há muitos compradores no disponível e no futuro”, disse corretor de Sorriso. Ele salientou que alguns agricultores da região chegaram a negociar antecipadamente mais da metade da safrinha que está sendo plantada. Segundo o agente, eles agora preferem aguardar para ver se a área prevista conseguirá de fato ser semeada e como ficará o clima daqui para frente. Compradores indicavam R$ 15/saca para retirada em Sorriso em setembro e pagamento no mesmo mês, valor estável ao longo da semana passada. Há cerca de 15 dias, entretanto, os preços estavam em R$ 17/saca, patamar em que rodaram volumes maiores em Sorriso. No spot, a referência para compra totalizava R$ 14,50/saca na região, porém quase não surgiam ofertas na sexta-feira. “Vendedores estão trabalhando com soja agora”, ressaltou a fonte. Após as chuvas da semana passada, a expectativa era de sol neste início de semana, permitindo a retomada da colheita da oleagin osa e prosseguimento da semeadura de milho.
No Paraná, mais compradores se dispunham a negociar para entrega no segundo semestre do que no disponível, aproveitando o dólar futuro forte, mas quase não apareciam ofertas em ambas as modalidades. Para entrega no Porto de Paranaguá em agosto e pagamento em outubro, a pedida de compra estava em R$ 29/saca. Havia também propostas no terminal a R$ 29,11/saca (agosto/setembro) e R$ 29,42/saca (setembro/outubro). No spot, agente de Maringá contou ter recebido apenas uma pedida de compra na sexta-feira, com entrega no centro-oeste do Rio Grande Sul a R$ 27/saca mais ICMS. Vendedores avaliam os preços como pouco atrativos e têm optado por esperar. Mesmo de regiões vizinhas que produzem milho verão, produtores não disponibilizavam lotes, conforme a corretora. As chuvas fortes da semana passada no Estado também dificultaram a colheita de verão e o embarque de novos lotes.
O indicador Cepea/Esalq fechou em alta de 0,60%, a R$ 28,35/ saca. Em dólar, o preço ficou em US$ 9,87/saca (+0,30%). O dólar à vista fechou a R$ 2,8720 (+0,24%).
EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO MILHO MERCADO INTERNO
|
Cepea/Agência Estado
Na Bolsa de Chicago, os futuros de milho fecharam em queda, apesar de o governo dos Estados Unidos ter projetado estoques domésticos menores em 2015/16. Investidores decidiram embolsar lucros após os ganhos registrados durante a semana. O vencimento maio perdeu 4,75 cents (1,19%) e fechou a US$ 3,93 por bushel. De acordo com o Departamento de Agricultura do país (USDA), a produção total de milho nos Estados Unidos deve somar 13,595 bilhões de bushels (345,3 milhões de toneladas) em 2015/16, queda de 8% ante os 14,216 bilhões de bushels (361,1 milhões de t) colhidos na temporada anterior.
|