Em 2014 o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado consolidado atingiu R$ 1,784 bilhão, alta de 23,4% quando comparado a R$ 1,446 bilhão registrados em 2013. A margem Ebitda ajustado foi de 8,5%, contra 7,7% no ano anterior.
A receita operacional líquida cresceu 12,4% em 2014 para R$ 21,073 bilhões. O aumento, segundo a empresa, deve-se ao aumento de 7,3% nos volumes vendidos e de 4,7% nos preços médios praticados.
O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 2,126 bilhões em 2014, com aumento de 4,7% quando comparado a uma despesa líquida de R$ 2,031 bilhões de 2013.
Guidance
A empresa destaca em seu balanço financeiro, que a receita líquida apurada em 2014 ficou dentro do guidance (metas) dada pela empresa, de uma faixa entre R$ 21 bilhões e R$ 23 bilhões. A margem Ebitda, de 8,5% também ficou dentro do previsto, que era de uma faixa entre 7,5% e 8,5%.
INFORMATIVO DE MERCADO
SOJAInvestidores do mercado futuro de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) começam esta semana com as atenções voltadas para o impacto da paralisação de caminhoneiros pelo Brasil sobre a oferta nos portos. Até a noite de sexta-feira, era esperada manutenção dos bloqueios em estradas do País. A soja voltou a se valorizar, influenciada pela preocupação com a logística brasileira. As cotações podem voltar a obter sustentação caso se confirme a perspectiva de atrasos em embarques.
Na sexta-feira, a soja para maio subiu 5,25 cents (0,51%) e encerrou a US$ 10,3175/bushel. Já o vencimento março avançou 6,75 cents (0,66%), para US$ 10,3075/bushel, maior patamar de fechamento desde 9 de janeiro. “A preocupação do mercado agora diz respeito aos estoques nos portos” , disse a analista Andrea Cordeiro, da Labhoro. Segundo ela, traders ficarão atentos ao volume disponível nos terminais para abastecer os navios que estão ao largo ou irão atracar em breve. “Com um provável atraso nos embarques de soja, é preciso ver como a China, que é o maior comprador da soja exportada pelo Brasil, vai se comportar.”
Andrea salientou que o mercado chegou a avaliar no meio da semana passada que a paralisação estava solucionada, mas os caminhoneiros continuaram mobilizados. Só no Paraná, os pontos de bloqueio em rodovias federais e estaduais chegavam a 60, segundo levantamento da Labhoro. De acordo com a analista, a alta da sexta-feira estava relacionada à incerteza sobre como as negociações entre governo e caminhoneiros iriam se desenrolar no último fim de semana. No caso de agravamento do movimento, o mercado, que já teria adicionado entre 50 a 80 centavos de prêmio às cotações, poderia registrar nervosismo ainda maior já no início dos trabalhos no eletrôn ico no domingo à noite, apontou Andrea.
Chuvas em Paranaguá também contribuem para deixar embarques mais lentos. No porto, há um navio de soja atracado, carregando na modalidade de teste após a instalação do novo shiploader. O navio atracou na quinta-feira e já havia carregado 100 toneladas até sexta. Há outros 3 navios de soja programados para atracação nos berços 212 e 214. Paranaguá tem soja disponível para carregar os quatro, segundo Andrea. Porém, a paralisação precisa se resolver para que haja condições logísticas de mais lotes de soja chegarem até o porto.
Para o analista de commodities da XP Investimentos, Caio Toledo, existe a expectativa no mercado de que a greve não ultrapasse mais sete dias, já que boa parte dos participantes é autônomo e precisa de novos fretes para obter remuneração. O mercado também deve seguir monitorando a taxa de câmbio no Brasil, já que novas altas do dólar podem estimular vendas de produtores brasileiros. A colheita da safra brasil eira de soja 2014/15 alcançou 29% da área total (31,53 milhões de hectares) na sexta-feira, de acordo com levantamento da consultoria AgRural.
COTAÇÕES DO COMPLEXO SOJA NA BOLSA DE CHICAGO
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CBOT/Agência Estado
No mercado doméstico, participantes esperavam um início de semana lento devido à paralisação dos caminhoneiros. Em Mato Grosso, rodaram 3 mil toneladas na sexta-feira a R$ 53,70/saca com retirada em 28 de março em Nova Mutum e pagamento em 31 de março, acima dos R$ 53/saca propostos no dia anterior para prazos semelhantes. Segundo o corretor Ramicés Luchesi, da MT Grãos, empresas de exportação tentam evitar retiradas em prazo curto em virtude da greve. Há tradings ausentes negociações por temor de não conseguir receber mercadorias nos prazos esperados. Para março cheio, havia propostas a R$ 54,50/saca para retirada em março cheio e pagamento no fim de maio, mas não atraíam interesse de venda no fim da semana passada. As negociações futuras da safra 2015/16, que vinham ocorrendo na região, também paralisaram. Em Nova Mutum, a colheita avança, embora em ritmo mais lento do que antes, devido à possibilidade de escassez de diesel se os bloqueios persistirem.
No Paraná, havia ofertas a R$ 69/saca para entrega em março e pagamento em maio no Porto de Paranaguá, mas compradores ofereciam apenas R$ 67/saca. Na quinta-feira, rodaram lotes acima de mil toneladas a R$ 68/saca no porto nesses mesmos prazos, contou corretora de Maringá. Para entrega em Santos, diferentes compradores indicavam R$ 69,20/saca e R$ 67,90/saca (março/abril) e R$ 67,70/saca (março/março). No interior do Paraná, a única pedida relatada pela agente no fim da semana passada era de R$ 65/saca posto em Guarapuava. Em nenhuma das modalidades havia registro de acordos na sexta-feira. “Está todo mundo limitando compras com as paralisações. E a maior parte dos produtores também não negocia por causa da dificuldade de entregas”, afirmou. Outro fator que atrapalhava a comercialização do produto é a chuva. Maringá tem registrado fortes precipitações, que interromperam a colheita, já atrasada na região, em alguns pontos de cultivo. Também há preocupação com falta de combustível para colheit adeiras.
O indicador de preços da soja Esalq, calculado com base nos preços do mercado disponível em cinco praças do Estado do Paraná, fechou em alta de 0,54%, a R$ 61,71/saca. Em dólar, o indicador ficou em US$ 21,61/saca (+1,31%). O dólar à vista no balcão terminou em baixa de 0,76%, aos R$ 2,8560.
EVOLUÇÃO DE PREÇOS NO MERCADO FÍSICO DE LOTES
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Cepea/Agência Estado
MILHO
A movimentação no mercado de milho brasileiro deve continuar pontua neste início de semana, a menos que a paralisação de caminhoneiros no País chegue ao fim. Até a noite de sexta-feira, motoristas mantinham bloqueios em rodovias federais e estaduais. Com isso, poucos lotes devem ser comercializados no spot, em meio à dificuldade de contratar frete. Quanto à safrinha 2014/15, havia propostas no Centro-Oeste, com embarque e pagamento no quarto trimestre, mas produtores só aceitavam negociar nesses prazos por valores maiores.
No Paraná, rodaram 600 toneladas a R$ 25,50/saca para retirada no norte do Estado, ante 26/saca no dia anterior, quando foi negociado volume semelhante. A comercialização ocorre no que seria o mercado disponível, mas os prazos de embarque são mais longos. “A previsão é de entrega mais para frente, levando em consideração a questão da paralisação que está atrapalhando embarques”, relatou corretora da região. Alguns vendedores ainda de sejavam os mesmos R$ 26/saca do dia anterior. Segundo a agente, há relatos de que parte dos pontos bloqueados está tendo a passagem liberada aos poucos, e alguns compradores contaram ter recebido cargas de transportadores que não aderiram à greve.
Também havia propostas a R$ 25,50/saca para entrega no norte do Estado, R$ 27/saca para entrega no centro-oeste do Rio Grande do Sul mais ICMS e R$ 26/saca para entrega em Marília (SP) mais ICMS. Para safrinha 2014/15, a agente contou não ter visto referências de compra ou venda. No entorno de Maringá, tem chovido com frequência, atrapalhando a colheita de soja, que já está atrasada, e, por consequência, o plantio de milho.
Em Mato Grosso, compradores indicavam R$ 16,70/saca para retirada e pagamento em novembro em Nova Mutum, mas vendedores desejavam prazos mais curtos, contou o corretor Ramicés Luchesi, da MT Grãos. Na sexta-feira, havia ofertas a R$ 17/saca para retirada em julho e pagamento em agosto na região. Ele rel atou não fechado novos lotes na semana passada.
No spot, a comercialização estava travada, em meio à dificuldade de embarcar mercadoria. Nesta época do ano, o disponível fica concentrado na demanda de agroindústrias. A possibilidade de parada das operações de abate devido aos bloqueios reduziu o interesse de compra. Alguns compradores indicavam R$ 16,50/saca para entrega no armazém de fábricas em Nova Mutum, mas produtores desejavam R$ 17,50/saca a R$ 18/saca. Por enquanto, não falta diesel na região, e a colheita de soja continua ocorrendo, com semeadura do milho de inverno em seguida, mas a um ritmo um pouco mais lento, para tentar racionar o uso de combustível nas máquinas.
O indicador Cepea/Esalq fechou em queda de 0,24%, a R$ R$ 28,96/saca. Em dólar, o preço ficou em US$ 10,14/saca (+0,50%). O dólar à vista no balcão terminou em baixa de 0,76%, aos R$ 2,8560.
EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO MILHO MERCADO INTERNO
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Cepea/Agência Estado
Na Bolsa de Chicago, os futuros de milho fecharam em alta. O mercado acompanhou o comportamento do trigo e foi impulsionado também por sinais de demanda maior pelo cereal dos Estados Unidos. O vencimento maio avançou 4,75 cents (1,22%) e fechou a US$ 3,9325 por bushel. Milho e trigo costumam se mover na mesma direção porque um é substituto direto do outro em ração animal. Além disso, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou mais cedo que exportadores privados venderam 140 mil toneladas de milho para a Arábia Saudita, com entrega no ano comercial 2014/15.
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