RESUMO DAS NOTÍCIAS SOBRE O AGRIBUSINESS NOS JORNAIS 06/04/2015

RESUMO DAS NOTÍCIAS SOBRE O AGRIBUSINESS NOS JORNAIS

São Paulo, 06/04/2015 – Os futuros do petróleo operam em alta nesta segunda-feira, em meio a uma expectativa no mercado de que o alívio nas sanções internacionais contra o Irã não será adotado tão brevemente. Antes, os analistas do setor apostavam em um alívio nas sanções já em junho, mas, agora, espera-se em algo para daqui um ano, tempo suficiente para que as potências do Ocidente monitorem a situação no Oriente Médio. Às 2h47 (de Brasília), o petróleo para maio subia 1,87%, a US4 50,06 por barril, na Nymex. Na ICE, o Brent para o mesmo mês avançava 1,27%, a US$ 55,63 por barril.

INFORMATIVO DE MERCADO

SOJAInvestidores do mercado futuro de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) devem começar a semana com as atenções voltadas para o clima nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) volta a divulgar o relatório semanal de acompanhamento de safras. Embora o relatório de hoje não deva mostrar números de plantio de soja no país, traders devem monitorar o avanço da semeadura do milho, porque as decisões de produtores sobre o cereal podem influenciar o tamanho da área dedicada à oleaginosa no país.

Após duas sessões consecutivas de alta, os futuros de soja na CBOT fecharam em direções opostas na quinta-feira. O vencimento maio, ainda o mais líquido, caiu 3,75 cents (0,38%), a US$ 9,86/bushel, fracassando em fe char acima de US$ 9,90/bushel depois de testar essa resistência ao longo do pregão, a exemplo do que ocorreu na véspera. A cobertura de posições vendidas que havia impulsionado as cotações nas sessões anteriores desvaneceu após o fraco resultado das exportações semanais da safra 2014/15 dos EUA.

O esvaziamento do mercado antes do feriadão da Páscoa contribuiu para a falta de uma tendência clara para os preços na quinta-feira, segundo Michael McDougall, vice-presidente da Newedge. A Bolsa de Chicago (CBOT) permaneceu fechada na sexta-feira. Segundo ele, entretanto, a projeção da Oil World de que a produção mundial deve diminuir pela primeira vez em quatro anos em 2015/16 limitou as perdas, assim como a previsão de que a produção brasileira deve diminuir em 2,2 milhões de toneladas na próxima safra. McDougall citou o aumento das despesas devido à valorização recente do dólar ante o real como uma das razões para uma possível redução de área no País, já que produtores brasileiro s usam em grande parte fertilizantes importados. “A fraqueza do real ajuda na exportação, mas também torna o custo de produção mais alto.”

O comportamento do dólar no Brasil e no exterior deve continuar sendo monitorado. Na quinta-feira, a moeda norte-americana recuou ante o real e as principais moedas, reduzindo a rentabilidade das exportações da América do Sul e aumentando a competitividade da soja norte-americana. Na quinta-feira, o USDA informou exportações de 27,4 mil toneladas de soja da safra 2014/15 na semana encerrada em 26 de março, queda de 95% em relação ao apurado na semana anterior e de 92% ante a média das últimas quatro semanas. O volume foi o menor para o período em 20 anos, conforme analistas. Já para entrega em 2015/16, o fluxo de vendas dos EUA cresceu. Até 26 de março, foram negociadas 568,3 mil toneladas. O governo norte-americano informou ainda venda avulsa de 118 mil toneladas de soja para destino não revelado em 2015/16.

Esta semana, o foco te nde a ser o clima nos EUA. Era esperada chuva moderada a forte no leste do Meio-Oeste no último fim de semana, atrapalhando o plantio de milho. Por enquanto, o mercado reage apenas à incerteza sobre as condições no início do período de semeadura da safra 2015/16 norte-americana. Entretanto, analistas avaliam que atrasos maiores no milho podem causar migração de área para soja, já que a oleaginosa é semeada mais tarde no país. “À medida que avançamos, o mercado vai tentando avaliar as possibilidades de plantio”, disse o analista Brian Williams, da Jefferies Bache, assinalando a possibilidade de mudança nas estimativas de área entre o relatório de intenções de plantio, anunciado em 31 de março, e o de área plantada consolidada, que o USDA divulga em junho, de acordo não só com o clima, mas também com as perspectivas de rentabilidade de soja e milho nesse período.

COTAÇÕES DO COMPLEXO SOJA NA BOLSA DE CHICAGO

  GRÃO  FARELO  ÓLEO
  US$/bushel  cents  US$/t  US$  (cents/libra)  pontos
  Mai/159,8600-3,75 Mai/15327,30-4,60 Mai/1531,0435
  Jul/159,9125-3,25 Jul/15326,50-4,20 Jul/1531,2433
  Ago/159,9100-3,00 Ago/15325,20-3,90 Ago/1531,3132
  Set/159,8050-3,00 Set/15323,90-3,20 Set/1531,3732

CBOT/Agência Estado

No mercado doméstico, o ritmo de comercialização diminuiu no fim da semana passada, com muitos participantes já afastados para o feriadão da Páscoa.

No Paraná, compradores ofereciam R$ 64/saca a R$ 64,50/saca para retirada ainda em abril em Maringá e pagamentos entre o fim de abril e o início de maio, mas vendedores desejavam R$ 65,50/saca. Corretor local ressaltou que muitos participantes já estavam ausentes das negociações na quinta-feira em virtude da Páscoa. Na véspera, compradores haviam indicado até R$ 65,50/saca (pagamento em maio), mas tampouco haviam rodado acordos, porque vendedores desejavam esse valor para pagamento em abril. Entretanto, foram assinados na quarta-feira contratos para entrega no Porto de Paranaguá a R$ 70,50/saca, com entrega e pagamento em abril. O corretor contou não ter recebido novas propostas na quinta-feira, mas estimou referência de compra nominal entre R$ 69/saca e R$ 70/saca. Segundo o agente, a negociação ficou mais lenta na se mana passada, com volumes menores do que os das semanas anteriores. A comercialização para retirada/entrega imediata quase não avançam, apesar do desejo de vendedores. “Todo mundo quer, mas não tem espaço”, explicou. “É uma ou outra trading que tem espaço em navios em abril. Algumas estão falando só em junho.”

Em Mato Grosso, rodaram menos de mil toneladas na quinta-feira em Primavera do Leste a R$ 59,15/saca, com retirada em maio e pagamento em 72 horas, segundo o corretor Valdinei Chaves, da Focus. Na quarta-feira, haviam saído 2 mil toneladas, a R$ 60/saca, mas com retirada e pagamento em maio. A demanda é maior da parte de esmagadoras, que desejam garantir suprimento nos próximos meses. Segundo o corretor, os preços oscilaram entre R$ 59/saca e R$ 60/saca na semana passada, dependendo dos prazos. Quanto à negociação futura da safra 2015/16, havia chance de acordos na região a R$ 60/saca para retirada em fevereiro e pagamento em março do ano que vem. A colheita foi conclu ída em um raio de 140 quilômetros do município, estimou Chaves, porém em regiões mais ao leste ainda têm áreas a ser colhidas. Segundo ele, na semana passada foram registrados períodos de sol, e os trabalhos avançaram na região vizinha. “Estava chovendo mais à noite e foi possível aproveitar melhor o dia de colheita.”

No Rio Grande do Sul, a negociação esfriou na quinta-feira, sem registro de negócios. “O mercado não deu oportunidade para negócios nos níveis em que havia ofertas”, apontou o corretor Reny Kloeckner, da CeAgro. Perto do fim do pregão na quinta-feira, era possível fechar negócios no spot a R$ 71/saca no Porto de Rio Grande, ante R$ 71,70/saca pela manhã. No interior do Estado, compradores indicavam R$ 66/saca para retirada em Passo Fundo e Cruz Alta, mas vendedores pediam R$ 67,50/saca e R$ 68/saca. Na véspera, foram assinados contratos entre R$ 67,50/saca e R$ 68/saca para áreas mais próximas do porto. A maioria dos volumes negociados no Estado é para exportaçã o. Saíram lotes acima de mil toneladas, mas o agente avaliou a semana como mais fraca do que a anterior devido aos recuos do dólar ante o real. A colheita avança sem maiores percalços, com “produtividade excelente”, destacou Kloeckner.

O indicador de preços da soja Esalq, calculado com base nos preços do mercado disponível em cinco praças do Estado do Paraná, caiu 0,23%, a R$ 65,25/saca. Em dólar, o indicador ficou em US$ 20,87/saca (+1,26%).

EVOLUÇÃO DE PREÇOS NO MERCADO FÍSICO DE LOTES

  SOJA EM GRÃO – (R$ por saca de 60 kg) – no atacado
  02/04  01/04  DIA  SEMANA  MÊS  12 MESES
  Paranaguá70,6570,65+0,00%+1,00%+7,31%-1,71%
  Barreiras59,3359,25+0,14%-0,29%+2,59%-1,12%
  Ponta Grossa65,4465,60-0,24%-0,50%+4,84%-4,77%
  Passo Fundo66,5566,73-0,27%+0,86%+4,89%-1,86%
  Rio Verde62,6162,15+0,74%+0,55%+6,77%+0,26%
  Rondonópolis63,1761,92+2,02%+3,27%+12,54%+6,53%
  Triângulo Mineiro63,2063,32-0,19%+1,59%+6,43%+0,89%
  Oeste do Paraná63,2864,17-1,39%-0,75%+5,80%-5,99%
  Norte do Paraná62,9263,23-0,49%-1,01%+5,08%-5,79%
  Mogiana65,4265,58-0,24%-0,71%+5,30%-0,71%
  Ijuí66,7166,50+0,32%+0,94%+5,29%+0,86%
  Sorriso55,1454,88+0,47%+2,13%+11,08%+3,55%
  Sorocabana65,2865,71-0,65%-0,02%+7,16%-1,83%
  ESALQ – R$/saca65,2565,40-0,23%-0,21%+5,51%-4,55%
  DÓLAR3,12703,1730-1,45%-1,91%+8,09%+37,63%
  FARELO PELLETS – R$/TONELADA
  Campinas1073,051078,84-0,54%+0,49%+6,55%-0,48%
  Chapecó1081,051080,58+0,04%-1,59%-0,54%-6,80%
  Maringá1120,441121,83-0,12%-0,52%+4,77%-1,72%
  Oeste PR1096,481096,08+0,04%+0,23%+4,44%-2,09%
  Ponta Grossa1141,651150,96-0,81%-0,88%+2,56%-0,08%
  Triângulo M1030,611036,42-0,56%-3,88%+0,36%-1,72%
  ÓLEO DE SOJA- SP R$/TONELADA
  ICMS 12%2219,362217,48+0,08%-0,70%+0,98%-0,73%
  ICMS 7%2183,112206,07-1,04%-0,55%+0,87%+2,26%

Cepea/Agência Estado

                                                                                            MILHO

O mercado de milho deve começar a semana em ritmo lento. No spot, mesmo áreas que estão colhendo safra de verão têm registrado menor movimentação, como é o caso do Rio Grande do Sul, onde todas as atenções estão voltadas para colheita e negociação de soja. Com relação à comercialização antecipada da safrinha 2015, o mercado perdeu força na semana passada com sucessivos recuos do dólar futuro ante o real. Participantes devem ficar atentos ao comportamento do câmbio para negociar novos lotes. Compradores e vendedores também discordam sobre prazos. Produtores querem negociar volumes para o início do segundo semestre, mas tradings temem ainda estar embarcando soja neste período.

Mesmo no Rio Grande do Sul, onde a colheita de verão já atinge 70% da área plantada, o mercado avança lentamente, com vendedores dando prioridade ao recebimento e embarque da soja. “Produtores limparam o milho e deixaram guardado”, explicou o corretor Reny Kloeckner, da CeAgro. “A avaliação é de que o preço não é atrativo. Eles achavam que ia subir mais.” Os negócios, quando ocorrem, são a R$ 26/saca e R$ 26,50/saca para retirada em Passo Fundo, de acordo com a necessidade do mercado interno. Ainda assim, em um mês os preços subiram de R$ 0,50 a R$ 1. “Tem produto, mas não há quem queira vender agora”, explicou o corretor.

Depois da colheita e negociação da maior parte da soja, em maio e junho vendedores devem voltar a ofertar mais milho, na avaliação do corretor. “Por enquanto, a prioridade é soja”, afirmou. Segundo a Emater, a produtividade média estadual está acima dos 6 mil quilos por hectare. Se confirmado esse valor no fim da colheita, será a maior da história no Estado.

No Paraná, o milho tinha comprador a R$ 25/saca para retirada no interior de Maringá, ou até R$ 25,50/saca, para lotes mais próximos do município. Na sexta-feira, não saíram acordos, mas, ao longo da semana, corretor local contou ter fechado 2,4 mil toneladas a R$ 24,20/ saca para retirada em propriedade mais distantes de Maringá. Saíram também negócios de cooperativas para granjas por até R$ 25,50/saca na semana passada.

Quanto à comercialização futura da safrinha 2015, o ritmo também era lento. Na semana passada, foram assinados contratos a R$ 27/saca posto em ferrovia de Maringá em setembro, com pagamento em outubro. O agente estimou que lotes mais próximos da ferrovia sairiam a R$ 25,50/saca e R$ 26/saca FOB. No Porto de Paranaguá, a indicação de compra nominal estava em R$ 31/saca para os mesmos prazos. De acordo com o agente, produtores que não negociaram nada da safrinha antecipadamente até o momento têm se interessado em comercializar volumes, mas não há acerto com compradores com relação aos prazos. “Em julho, não há ninguém comprando. Em agosto, são pouquíssimas empresas. O restante quer comprar para setembro”, apontou. A região recebeu chuvas quase todos os dias da semana passada, seguidas de períodos de sol. “Para o desenvolvimen to do milho, o clima está muito bom.”

Em Mato Grosso, a comercialização enfraqueceu no sul do Estado. Em Primavera do Leste, havia ofertas a R$ 19/saca para retirada em agosto e pagamento em setembro, mas compradores ofereciam R$ 18/saca. Também era possível fechar negócios a R$ 20/saca (outubro/novembro) e R$ 20,50/saca (novembro/dezembro). Vendedores, entretanto, demonstravam pouco interesse em negociar com prazos mais longos. O corretor Valdinei Chaves, da Focus, contou não ter fechado negócios na semana passada. “A correção é muito pequena. A diferença dos R$ 19/saca de setembro para os R$ 20,50/saca de dezembro é de três meses, e tem todo o custo de armazenagem para o produtor ‘carregar’ estoques”, assinalou Chaves. A maior procura por parte de produtores é para julho, mas compradores temem ainda estar ocupados nessa época com embarques de soja.

No spot, rodaram 3 mil toneladas na semana passada a R$ 19,50/saca para retirada imediata em Primavera, com pagamento em 30 dias, ante R$ 19/saca a R$ 19,50/saca uma semana antes. Os compradores são comerciantes que fornecem para indústrias do Sudeste. A movimentação é pontual, mas Chaves acredita que pode acelerar nas próximas semanas. “Produtor terminou a colheita de soja, agora deve se preocupar com o milho”, apontou. “O mercado está mais vendedor.” Entretanto, produtores liberam apenas pequenos volumes de cada vez para evitar pressão sobre as cotações. Do lado do comprador, agroindústrias evitam reajustar preços de matérias-primas pela dificuldade de repassar aumentos para os consumidores no atual momento de desaceleração da economia.

O indicador do milho Cepea/Esalq/BM&FBovespa fechou em baixa de 0,07%, a R$ 29,28 a saca de 60 quilos. Em dólar, o preço ficou em US$ 9,36/saca (+1,30%).

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO MILHO MERCADO INTERNO

  MILHO – R$ / saca
  03/04/2015  02/04/2015  Variação  27/03/2015  Variação  04/03/2015  Variação
  Passo Fundo25.4525.45 0.0025.51 -0.2425.08 1.48
  Chapecó28.6928.69 0.0028.54 0.5327.56 4.10
  Paraná/Sudoeste25.4225.42 0.0025.41 0.0424.51 3.71
  Cascavel24.3824.38 0.0024.43 -0.2024.16 0.91
  Ponta Grossa25.5925.59 0.0025.35 0.9524.79 3.23
  Paraná/Norte24.4924.49 0.0024.98 -1.9624.52 -0.12
  Sorocabana25.5725.57 0.0025.13 1.7525.85 -1.08
  Campinas29.2829.28 0.0029.10 0.6229.46 -0.61
  Mogiana26.4626.46 0.0027.08 -2.2926.51 -0.19
  Triângulo Mineiro26.1726.17 0.0025.75 1.6326.01 0.62
  Rio Verde23.7423.74 0.0023.48 1.1122.93 3.53
  Sorriso15.8115.81 0.0015.18 4.1515.33 3.13
  Posto Recife34.9834.98 0.0034.47 1.4835.83 -2.37

Cepea/Agência Estado

Na Bolsa de Chicago, os futuros de milho fecharam em alta na quinta-feira, acompanhando o comportamento do trigo. Os dois grãos costumam se mover na mesma direção porque um é substituto direto do outro em ração animal. O vencimento maio subiu 4,75 cents (1,24%) e terminou a US$ 3,8650 por bushel. Compras motivadas pelo clima úmido no Delta do Mississippi também deram suporte aos preços. Chuvas abundantes na região estão atrasando o plantio de milho e podem reduzir a área semeada com o grão neste ano. Os ganhos foram limitados por sinais de demanda menor pelo produto dos EUA. Na semana passada, o país vendeu 406,6 mil toneladas da safra 2014/15. O volume é 7% menor que o apurado na semana anterior e ficou 26% abaixo da média de quatro semanas.

  Milho – Bolsa de Chicago (CBOT)
  Cotação em dólar por bushel e variação em centavos de dólar
  Contrato Máxima Mínima Anterior AtualVariação
  Mai/153,87753,78753,81753,86504,75
  Jul/153,95003,86503,90003,94504,50
  Set/154,02004,00503,97754,01754,00
  Dez/154,11004,06004,06754,10503,75