As ações negociadas em Tóquio fecharam em alta nesta sexta-feira, em sessão impulsionada por realização de lucros dos investidores. O desempenho marcou a sexta semana seguida de ganhos e o segundo maior avanço semanal desde o início do mandato do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que assumiu o cargo em 2012.
Diante disso, o índice Nikkei encerrou o dia em alta de 0,43%, para 19.560,22 pontos, o maior patamar desde 14 de abril de 2000. Na semana, acumula ganho de 1,59%.
Depois de decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Japão nos últimos dias, os investidores agora procuram por novos catalisadores para o mercado, disse o analista Eiji Kinouchi, da consultoria Daiwa.
Ele lembrou que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China será divulgado na próxima e que este indicador, quando fica acima de 50,0, costuma impulsionar a Bolsa de Tóquio. Em fevereiro, o índice ficou em 50,7, pela primeira vez acima de 50,0 em três meses.
Com o dólar estável ao longo do pregão, em torno de 120,77 ienes, subiu o interesse por companhias com maior demanda interna. A J. Retailing ganhou 3,8%, a fabricante de bebidas Asahi Group Holdings subiu 1,7% e a fabricante de alimentos Ajinomoto teve alta de 1,7%. A Yahoo Japão subiu 6,3% depois de anunciar planos para dobrar seu dividendo em comparação com o ano passado, para 8,86 ienes por ação.
Entre as principais quedas, a Nintendo perdeu 6,6% e a desenvolvedora de jogos on-line DeNA caiu 0,4%, depois de os dois ganharem 36% e 50%, respectivamente, ao longo dos dois últimos dias, quando os investigados ficaram empolgados com o anúncio de uma parceria da dupla. Fonte: Dow Jones Newswires.
INFORMATIVO DE MERCADO
SOJAOs contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a recuar após alta de mais de 1% na véspera. Analistas avaliam que os fundamentos são majoritariamente baixistas, mas que os preços da soja podem continuar em intervalo até o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgar a sua estimativa de plantio no país em 2015/16. Por enquanto, todavia, a expectativa é de que o governo norte-americano eleve a sua previsão para a área destinada à soja na próxima safra.
Ontem, o vencimento maio cedeu 3,25 cents (0,34%), para US$ 9,6175/bushel. Quanto ao tamanho da área a ser semeada com soja este ano, especula-se que poderia ser 2 milhões de acres maior do que a estimada pelo USDA no fórum Agricultural Outlook em fevereiro. Além das previsões de plantio, investidores aguardam os dados de estoque trimestral que o USDA também divulgará no dia 31 de março, e a perspectiva é de volume expressivo da safra 2014/15 ainda armazenado até o início de março. “O mercado tem ficado volátil para um lado e para outro enquanto esses relatórios não são divulgados”, salientou o analista Gustavo Schnekenberg, da Agrinvest. Por ora, segundo ele, os preços podem se manter em intervalo entre US$ 9,60/bushel e US$ 9,85/bushel.
Os fundamentos de queda seguem exercendo pressão sobre a oleaginosa. “Há muito mais notícias baixistas, qualquer puxada para cima é rapidamente corrigida”, explicou o analista. Embora as vendas e embarques dos Estados Unidos tenham aumentado na comparação semanal, estão bem abaixo da média das últimas quatro semanas. Na quinta-feira, o USDA informou que o país vendeu 342 mil toneladas de soja da safra 2014/15 na semana encerrada em 12 de março. Para entrega em 2015/16, os EUA negociaram outras 5 mil toneladas. O resultado ficou dentro do intervalo previsto por analistas consultados pela Dow Jones, que esperavam vendas totais de até 425 mil toneladas. Os embarques da oleaginosa ao exterior totalizaram 639,2 mil toneladas. “Ainda são números bem mais baixos do que no começo do ano. Mostram que importadores estão de fato migrando para a América do Sul’, disse Schnekenberg.
O vencimento maio, todavia, fechou acima de um suporte importante, a US$ 9,60/bushel, depois de testá-lo ao longo do dia. “Se esse nível vier a ser quebrado, o preço pode cair um pouco mais. Mas eu não diria que vai muito além disso em função das exportações de farelo”, assinalou o analista. Os EUA venderam 204 mil toneladas de farelo da safra 2014/15 na semana passada. O resultado é praticamente o dobro da semana anterior, 51% maior que a média das últimas quatro semanas e ficou levemente acima do esperado pelo mercado. “Se começarmos a ver cancelamentos de farelo, seria mais um motivo para os preços caí rem com um pouco mais de força.”
Além disso, a percepção agora é de que os embarques no Brasil aceleraram. “Não dá para comparar com o ano passado, mas o fluxo já não está tão fraco como estava”, apontou o analista. A Agrinvest estima que foram embarcadas 2,7 milhões de toneladas em março até o dia 16. Se a média se mantiver, os embarques poderiam chegar a 5,4 milhões de toneladas no mês.
O dólar voltou a subir no exterior e no Brasil, estimulando novas vendas externas de produtores domésticos, mas Schnekenberg ressaltou que as altas sucessivas têm feito com que produtores segurem os grãos, esperando um preço ainda maior mais adiante. O dólar recuperou terreno ante o euro, o iene e a libra esterlina na quinta-feira, após ter sofrido uma forte queda na sessão anterior. No País, a moeda norte-americana ultrapassou o patamar dos R$ 3,30 ontem, mas fechou a R$ 3,2950 (+2,49%), maior preço desde 1º de abril de 2003.
COTAÇÕES DO COMPLEXO SOJA NA BOL SA DE CHICAGO
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CBOT/Agência Estado
No mercado doméstico, a negociação continuava ocorrendo em pequenos lotes, apesar do câmbio mais favorável para exportação. Em Goiás, a soja tinha comprador a R$ 63/saca para retirada em Rio Verde, ante R$ 62/saca há uma semana. Rodavam lotes em torno de 1 mil toneladas. “Temos visto produtores que não estão querendo vender, esperando para ver se o dólar sobe mais”, apontou o corretor Sérgio Abreu, da Rio Grãos. Alguns vendedores já pediam ontem R$ 64/saca. Parte deles deve segurar a soja para vender no segundo semestre, quando a pressão da safra diminui. A colheita na região está terminando, mas chove forte, causando interrupções nos trabalhos. “Até o fim do mês deve ser concluída”, projetou Abreu.
Em Mato Grosso, havia chance de negócio a R$ 62/saca em Rondonópolis e R$ 60/saca em Primavera do Leste e Campo Verde, com embarque imediato e pagamento de 30 a 60 dias. Ao longo da semana, os preços oscilavam entre R$ 61/saca e R$ 62/saca, mas os negócios ocorriam de forma pontual. Grandes sojicultores vendiam lotes de no máximo 3 mil toneladas na semana, enquanto os de médio porte negociavam lotes entre 600 e 1 mil toneladas. “Produtores estão apenas aproveitando a oportunidade para travar compromissos em reais”, explicou o corretor Gilmar Meneghetti, da Diversa. Já em dólar, havia propostas a US$ 19/saca em Rondonópolis, mas o valor não era considerado atrativo para pagar insumos. Também havia comprador no spot a R$ 73/saca em Santos, com pagamento contra a entrega. A colheita em Rondonópolis já atinge 85% da safra. “A chuva tem sido normal, favorecendo a cultura do milho, mas não atrapalhado a colheita”, apontou o agente.
No Paraná, compradores indicavam no spot R$ 67/saca, com pagamento em 30 de março, R$ 68/saca, com pagamento em 30 de abril, e R$ 70/saca, com pagamento em 15 de junho, para soja posta em fábrica de Ponta Grossa. Rodaram, entretanto, apenas 300 toneladas na quinta-feira, nos R$ 70/saca que seriam pagos em 90 dias. Os preços subiram em média 50 centavos ante a véspera, graças ao dólar forte. “Sai alguma coisa, mas para esse pagamento vendedor queria prazo mais curto”, explicou corretor de Ponta Grossa. Para entrega em Paranaguá, havia propostas a R$ 72/saca no disponível. Com relação à safra 2015/16, rodaram 1 mil toneladas a R$ 69,50/saca para entrega em março de 2016 e pagamento no mês seguinte na região, contra R$ 68/saca na véspera.
O indicador de preços da soja Esalq, calculado com base nos preços do mercado disponível em cinco praças do Estado do Paraná, fechou com alta de 0,60%, a R$ 65,30/saca. Em dólar, o indicador ficou em US$ 19,82/saca (-1,83%).
EVOLUÇÃO DE PREÇOS NO MERCADO FÍSICO DE LOTES
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Cepea/Agência Estado
MILHO
Quanto à safrinha 2014/15, compradores ofereciam de R$ 26,20/saca a R$ 26,50/saca posto na ferrovia em Maringá em agosto, com pagamento em setembro. Produtores desejavam R$ 27,50/saca a R$ 28/saca. No Porto de Paranaguá, havia indicações entre R$ 29,20/saca e R$ 29,50/saca para entrega em agosto, de acordo com o prazo de pagamento. Além de produtores evitarem negociar grandes volumes na região devido ao risco climático da safrinha, o prêmio no porto diminuiu. “Há uma semana estava 40 pontos acima do contrato setembro, mas a última indicação que tivemos era de 15 pontos acima”, assinalou o corretor.
Em Mato Grosso, voltaram a sair negócios esta semana a R$ 16/saca com embarque em outubro em Sorriso e pagamento em novembro. Rodaram 5 mil toneladas para exportação. “Nas últimas semanas, não estava saindo nada. Agora participantes voltaram a negociar por causa do câmbio”, disse agente da região. Apesar de o dólar ter recuado ontem ante o real, acumula alta de mais de 12% em março. Na semana passada, multinacionais ofereciam R$ 15,50/saca em Sorriso para os mesmos prazos.
No spot, agroindústria sinalizav a R$ 17/saca para entrega em Lucas do Rio Verde, patamar em que rodaram 6 mil toneladas ontem. O negócio refletiu a desaceleração dos negócios de soja de alguns produtores no spot. “Um vendedor parou o embarque de soja, o que abriu espaço para mexer com milho”, explicou o corretor. Na semana passada, não havia propostas na região, segundo ele. Vendedores com disponibilidade de caminhão aproveitavam para negociar, enquanto outros produtores pediam R$ 17/saca, mas para retirada em Sorriso.
Em Minas Gerais, os negócios no spot na região do Triângulo Mineiro travaram. Conforme o corretor Danilo Ribeiro, da ABS Corretora, de Uberlândia, há uma queda de braço entre produtores e compradores na questão de preços. “Produtor está pedindo R$ 26 pela saca, enquanto os compradores oferecem, no máximo, R$ 24,50”, disse. A pressão de baixa decorre da situação macroeconômica do País, com o consumo em queda e incertezas sobre o ritmo de crescimento. “A região vendia 50 mil sacas por mês de milho para a indústria e, nos últimos períodos, as vendas mensais baixaram para 25 mil sacas. Faz um bom tempo que não estamos conseguindo vender o grão para São Paulo, por exemplo.”
O indicador do milho Cepea/Esalq/BM&FBovespa fechou o dia em queda de 0,10%, a R$ R$ 29,53/saca. Em dólar, o preço ficou em US$ 9,18/saca (+0,77%).
EVOLUÇÃO DOS PREÇOS NO MERCADO FISICO
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Na Bolsa de Chicago, os futuros de milho fecharam em alta, com o forte recuo do dólar ante o euro após um comunicado divulgado pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) elevar temores de que o aperto monetário pode levar mais tempo do que o previsto. O vencimento maio subiu 3,75 cents (1,01%) e terminou a US$ 3,7475 por bushel. Nas últimas semanas, a disparada do dólar no mercado internacional vinha prejudicando as exportações norte-americanas do cereal. Os ganhos também foram sustentados por especulações de que a área plantada com milho nos EUA será menor neste ano devido aos preços baixos da commodity.
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