Rudi den Hartog deixa a CRV com números recordes

“Empresa está preparada para crescer ainda mais”, diz presidente que está de saída

Após quase quatro anos como presidente da empresa de genética bovina CRV Brazil, de Ribeirão Preto (SP), o holandês Rudi den Hartog deixa o cargo nesta sexta feira (23/12), em grande estilo. A CRV Brazil fecha 2022 com dois recordes: mais de 2,6 milhões de doses de sêmen vendidas e 7 milhões de doses produzidas na Central Bela Vista, de Botucatu (SP), parte do grupo CRV. A empresa fechará 2022 no azul, pelo terceiro ano consecutivo. Desde 2018, o grupo cresceu mais de 50% em vendas e mais de 90% em produção.

Segundo Rudi, os resultados derivam da reorganização completa da empresa, com forte investimento em tecnologia, em capacidade produtiva, no portfólio de touros, em logística e em marketing. Ele, porém, destaca a importância das pessoas nessa recuperação. “Nossos colaboradores fizeram da CRV Brazil a unidade da empresa que mais cresceu no mundo nos últimos anos”, afirma.

Muitas contratações foram realizadas nesse período. Hoje, 170 pessoas trabalham na CRV. “Somos um time rejuvenescido e plural”, diz Rudi. “Quase 90% do pessoal já fez o Plano de Desenvolvimento Individual, estimulamos parte do time a aprender inglês e trabalhamos a comunicação interna com transparência. Renovamos e ampliamos o time comercial, incluindo uma equipe jovem e forte de consultores, que já são mais de 150 em todo o Brasil.”

Rudi explica que sua saída estava prevista em contrato. “Chegou a hora de novas ideias e nova energia para enfrentarmos os desafios da pecuária brasileira”, explica. Até a indicação de um novo CEO, haverá gestão colegiada do Management Team brasileiro, com o apoio do CEO mundial, Angus Haslett, e da diretora mundial de RH, Linda Noë.

Investimentos

Durante a gestão de Rudi den Hartog, o grupo vendeu a fazenda-sede da CRV, em Sertãozinho (SP) e, com os recursos, promoveu a modernização estrutural e tecnológica da empresa. A CRV, por exemplo, agora opera em um bem-equipado escritório em Ribeirão Preto (SP), com ambiente integrado e digitalizado.

A Bela Vista se consolidou como a maior central de coleta de sêmen bovino do país, com novos piquetes, equipamentos de última geração para o laboratório, uma segunda área de coleta e uma fazenda para a produção de alimentos. A capacidade da central dobrou e hoje acomoda 800 touros. “Em 2022 inauguramos o Centro Tecnológico Humberto de Freitas Tavares, destinado à realização de testes de eficiência alimentar e que está com agenda cheia”, comenta Rudi.

Este ano, a CRV também lançou uma linha de embriões, produto que ainda é novidade no mercado latino-americano. “Com essa tecnologia, ganha-se quatro gerações em uma no melhoramento genético do rebanho”, diz.

Proximidade com clientes

Pelos dados do grupo CRV, 23% da inseminação artificial no Brasil já é feita pelo protocolo IATF, que aumenta o controle do cio das vacas, melhora a programação genética e o resultado da inseminação. O avanço do IATF aumentará a produtividade na pecuária de corte e de leite nos próximos anos. “O Brasil pode ser o maior fornecedor de carne do mundo, também porque o custo de produção aqui é mais baixo”, destaca Rudi.

A CRV Brazil está hoje entre os primeiros no mercado de genética de corte e leite no Brasil, que está cada vez mais competitivo. Depois de três anos de vendas aquecidas, o mercado de sêmen bovino experimenta uma retração. “Isso exige proximidade com o cliente e qualidade na venda. Retornamos à TV, investimos no digital para comunicação com produtores e participamos de eventos em todos os centros pecuários brasileiros”, explica.

Com o desligamento da CRV, Rudi pretende seguir outros caminhos. “Há cinco anos me dedico à música e ao canto, com grande prazer”, diz ele, que participou do programa “Canta Comigo”, da TV Record, recebendo nota máxima na primeira apresentação, que o levou à etapa final da competição. “Vou investir nisso e em outras atividades, como mentoria individual de CEOs e managers”, completa.

Fonte: Marcelo Moreira