Vitaminas B provenientes do alimento são degradadas no rúmen devido ao processo de fermentação ruminal, sendo que algumas vitaminas são absorvidas através da parede ruminal. Entretanto, micro-organismos no rúmen utilizam e também produzem vitaminas B.
Elas atuam como cofatores enzimáticos que estimulam o funcionamento do fígado, auxiliando no metabolismo de carboidratos, lipídeos e aminoácidos, melhorando a eficiência pós-absortiva de nutrientes. O fígado tem um papel crucial no metabolismo de glicose, aminoácidos e lipídeos, de forma que muitos desses processos dependem de enzimas que são ativadas em cooperação com cofatores enzimáticos.
Os responsáveis por este processo no fígado consistem de vitamina B e, portanto, há um aumento na demanda destas vitaminas para suportar e otimizar o metabolismo quando o animal está com uma alta demanda do mesmo.
Muitos estudos com vitaminas B em bovinos envolvem a suplementação via dieta, entretanto, não consideram o uso de vitaminas B protegidas da degradação ruminal. Devido ao fato de que vitaminas B “não encapsuladas” são degradadas no rúmen, muitos estudos não tiveram sucesso em afetar o status de vitamina B no organismo do animal. Se a vitamina B “não encapsulada” é adicionada à dieta, a bactéria ruminal reduz a síntese ou degrada as vitaminas B adicionadas, resultando em nenhum aporte líquido delas. Entretanto, muitos benefícios têm sido alcançados com o uso de vitaminas B protegidas da degradação ruminal, principalmente em relação ao desempenho e eficiência alimentar.
Embora os bovinos possam acumular reservas nutricionais de vitaminas A, D e E, o estoque de vitaminas B é limitado.
Muitas vitaminas B não são estocadas em quantidades substanciais e, portanto, seu status no organismo pode se tornar insuficiente, se o consumo de alimento está baixo do ideal e a exigência do animal está alta, principalmente em bovinos estressados ou com algum distúrbio metabólico, apresentando baixo consumo. Em geral, um sintoma de deficiência de muitas vitaminas B é a redução do apetite.
Os animais que são destinados à fase de terminação em uma fazenda, geralmente são transportados de um local a outro, passam por períodos de jejum (de água e alimento), podem sofrer algum tipo de desidratação etc., mas precisam chegar à fazenda e estarem aptos a ingerirem alimentos e ganhar peso. Muitas vezes os animais não receberam nenhum tipo de suplementação com concentrados e precisam ser adaptados a uma nova dieta de terminação. Além disso, os órgãos dos animais passarão por uma fase de crescimento e adequação ao novo aporte de nutrientes, sendo o fígado um dos órgãos mais exigidos metabolicamente neste processo de transição.
O blend de vitaminas do complexo B protegidas da degradação ruminal é uma opção a ser utilizada na dieta de bovinos de corte, com o foco em melhorar a eficiência do metabolismo no fígado, com consequências benéficas na performance do animal. Bovinos de corte com reduzido consumo de alimento devido ao estresse ou distúrbios metabólicos podem passar por um período de tempo com deficiências de vitaminas B, devido à redução na síntese ruminal, permanecendo com limitada reserva dessas vitaminas no corpo, podendo acarretar impactos negativos no desempenho.
Por atuar na melhoria da eficiência do metabolismo no fígado, a inclusão de vitaminas B protegidas da degradação ruminal à dieta de bovinos, durante a fase de adaptação (dietas de alto concentrado) ou a fase de terminação em confinamento convencional ou Confinamento Expresso®, pode ser uma alternativa àqueles produtores que utilizam dietas ricas em concentrado (acima de 80%), com silagem de milho grão úmido, milho reidratado.
Ou seja, dietas de alta digestibilidade que demandam um metabolismo mais ativo no fígado do animal.
Fonte: Revista AG