O agronegócio é considerado um dos maiores setores econômicos mundiais, sempre em linha de destaque para os investidores nacionais e internacionais. E para falar sobre os investimentos na área e tratar sobre fundos dedicados aos setores agrícolas, na última quinta (14), aconteceu reunião entre membros do governo saudita e investidores de outros países. O “Fundo de Desenvolvimento Agrícola” falou sobre os programas de financiamentos disponíveis para os setores agrícolas direcionados da KSA no reino da Arábia Saudita e no continente europeu.
Um dos fundos abordados é uma iniciativa do governo chamada “Programa de Investimento Agrícola no Exterior (AIA)”, que tem como objetivo promover investimentos responsáveis e lucrativos neste setor, contribuindo para a segurança alimentar global, práticas sustentáveis, desenvolvimento e crescimento econômico em países anfitriões. Já o ADF, refere-se ao “Fundo de Desenvolvimento Agrícola” na Arábia Saudita, instituição governamental que fornece diversos programas e serviços financeiros para apoiar agricultores, empresas agrícolas e projetos agroindustriais.
Agronegócio brasileiro e investimentos em startups do setor
Jennifer Chen, CEO e fundadora da JC Capital, companhia que atua na captação de recursos, com foco em diversos setores, principalmente, agronegócio, diz que o setor atrai olhares de investidores de vários países, inclusive da Arábia Saudita. Entre os segmentos mais visados por eles, Chen aponta o milho, a soja, o trigo, a cevada, o açúcar, o arroz e a carne vermelha.
Na visão da especialista, esses investimentos geram um impacto positivo, já que movimentam o setor nos principais países produtores. Isso também acarreta em um aumento de produção e oferece mais opções de recursos para expansão de projetos em todas as áreas do agronegócio.
Com vasta experiência no mercado de investimentos, Jennifer é referência na área, conhecida por conectar produtores e investidores. Hoje, a empresária é investidora da Cyklo Agritech, aceleradora brasileira de projetos e startups do agro. A companhia atua na região do aToPiBa e prevê o crescimento de diversas startups, assim como o aumento na produção e no fornecimento de alimentos pelo país e pelo mundo.
“O Brasil, por exemplo, já alimenta cerca de um bilhão de pessoas fora do país. Com esses atores e também com o apoio da tecnologia, nós podemos vir a fornecer e alimentar quase dois bilhões de pessoas mundialmente, ou seja, sua produtividade pode crescer e atender um pedaço da fome do planeta com a exportação de alimentos”.
Preocupação gira em torno da segurança alimentar
E, no caso dos investidores sauditas, a preocupação é justamente na segurança alimentar, que atinge cerca de milhões de pessoas espalhadas pelo mundo, principalmente nas nações mais pobres. “Hoje, os sauditas precisam importar para garantir o fornecimento de alimentos para sua população, registrada em aproximadamente 34 milhões de pessoas”, ressalta Jennifer.
A empresária participou da edição do seminário no ano passado e este mês foi convidada novamente pelo Governo da Arábia Saudita para apresentar projetos e conferir todas as novidades. “É uma honra ser convidada para participar de um evento como esse, entender os planos do governo saudita, saber mais sobre as expectativas em torno dos setores agrícolas e as oportunidades de investimentos em outros países”.
Dentre muitos fatores, sendo o principal deles a crise econômica, a maioria dos países apresenta a necessidade de investir em alimentos que são produzidos do outro lado do mundo. Em relação aos sauditas, “Ficou muito claro o que eles estão procurando, o que eles entregam, quais são as necessidades e as preocupações”, diz Jennifer. “Aliás, a preocupação sobre segurança alimentar é global e nós precisamos impulsionar os investimentos neste setor”.
Fonte: Júlia Gonzales