“O planeta terá condições de alimentar todas as pessoas?” Essa foi uma das reflexões propostas pelo coordenador do Polo Sebrae Agro, Douglas Paranahyba de Abreu, nesta semana, durante o Encontro Estadual de Gestores do Agronegócio e Alimentos e Bebidas, promovido pelo Sebrae/SC, no Centro de Inovação ACATE Deatec/Centro Executivo E.T. Renovável, em Chapecó. O evento reuniu aproximadamente 30 participantes, entre diretores, gestores de projetos e analistas de negócios da entidade, além de instituições parceiras e empreendedores convidados.
Douglas apresentou indicadores e estimativas do crescimento populacional para enaltecer a importância do Brasil como player mundial na produção de alimentos, uma vez que estudos realizados em 2010 já apontavam a contribuição de 41% do país para suportar essa demanda. “As previsões destacam avanços significativos dos commodities, exemplo disso é a soja, no qual somos o maior produtor mundial e sua produção representa cerca de 30% do Valor Bruto da Agropecuária Brasileira. Mas, também, devemos destacar as exportações de suco de laranja, café, açúcar, milho, carne de bovinos, suínos e aves”, explicou.
Mesmo com esse cenário promissor para o Brasil, no qual são 5 milhões de estabelecimentos rurais brasileiros que alimentam 800 milhões de pessoas, a concentração dessa produção é preocupante. Menos de 10% dessas propriedades correspondem a mais de 90% do que é produzido nacionalmente. “Apesar de ser um grande país produtor/exportador de produtos do agronegócio, enfrenta o que chamamos de desafio do século, pois, temos uma pequena quantidade de grandes produtores que representam a maior parte do valor do agro brasileiro e uma grande quantidade de pequenos negócios que ainda não conseguiram aferir lucros significativos ao longo da história do desenvolvimento desse setor”, argumentou.
Para Douglas, o Sebrae ingressa estrategicamente nesse ponto para fortalecer os pequenos negócios e tentar evitar a saída massiva ou falência desses empreendedores rurais, que estão em áreas cada vez mais competitivas e com tecnologia pujante. “Precisamos apoiá-los para que consigam acessar novos mercados. O Polo Sebrae Agro, iniciou em março de 2022, com a intenção de fortalecer o trabalho em rede, criar soluções a partir das tendências de futuro e das necessidades dos pequenos negócios rurais. Com trabalho em rede economizamos esforços, aumentamos o nível de cooperação e disseminamos as melhores práticas e os projetos de maior impacto”, explicou.
INICIATIVA
O Polo Sebrae Agro conecta instituições e programas, simplificando complexidades. A atuação e sistematização de informações via plataforma web, garante acesso simultâneo e irrestrito. Sua estrutura é dividida em Núcleo Estratégico, Núcleo Executivo e Núcleo de Especialistas. Os eixos de atuação são curadoria (mapeamento das soluções agro), disseminações de informações e desenvolvimento de soluções. Como exemplos de projetos elaborados, Douglas citou: Sebrae Horti-Fruti: fortalecendo a comercialização de micro e pequenas empresas; Agro NetZero: balanço de carbono em pequenas propriedades rurais e Juntos Pelo Agro.
Douglas também enalteceu os conteúdos de inteligência competitiva disponíveis como: caderno de tendências, relatórios de inteligência, potencial de mercado, boletim de tendências, caso de sucesso, fala especialista e pesquisa de redes sociais. “São mais de 70 publicações, que podem ser pesquisadas por segmento”, reforçou. No site https://polosebraeagro.sebrae.com.br/ também é possível acessar as Indicações Geográficas Brasileiras (por estado, tipo de produto, modalidade – denominação de origem ou indicação de procedência) e as startups do agro (por estado ou área de atuação).
BALANÇO DE CARBONO
O coordenador do Polo Sebrae Agro também abordou a solicitação de Santa Catarina, realizada há dois anos, para a elaboração de uma solução voltada para o inventário de gás de efeito estufa de pequenas propriedades rurais. “Naquele primeiro momento não conseguíamos enxergar, de fato, a relevância nacional e até global porque entendíamos que o produtor rural tinha outros desafios mais emergentes, como colocar dinheiro no bolso para depois pensar em estratégias de sustentabilidade. Porém, ao analisar o trabalho já desenvolvido no território entendemos que a partir de parcerias de mercado com empresas que compram desses produtores é possível viabilizar a solução e não, necessariamente, onerar o produtor rural”, relatou.
Neste momento, segundo Douglas, a solução é realizada nos seis biomas brasileiros. A intenção é ao longo do segundo semestre deste ano, o Polo Sebrae Agro entregue os resultados de uma metodologia já consolidada a partir de parceiros nacionais de credibilidade, tanto do setor público, quanto do setor privado e do Sistema S. “Nosso interesse é lançar, se assim os resultados nos permitirem, uma grande ferramenta de mensuração das emissões e sequestros de Gases de Efeito Estufa da agricultura tropical brasileira, em 2025, na COP 30, que ocorrerá no Pará”, finalizou.
Fonte: MB Comunicação Empresarial