SENAR Goiás aposta em tecnologia para treinar trabalhadores do campo

Muito comum em videogames, a realidade virtual vem ganhando espaço nas plataformas de tecnologias educacionais, tanto para o ensino formal quanto para capacitação profissional

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) de Goiás começou a usar neste mês um simulador na disciplina de Mecanização Agrícola. A solução, desenvolvida pelo DOT digital group, de Florianópolis, funciona com um computador e um óculos de realidade virtual e simula uma oficina mecânica para tratores agrícolas. No ambiente, são feitos exercícios de manutenção dos sistemas de lubrificação, arrefecimento e filtro de combustível. De acordo com Samantha Leandro de Sousa Andrade, responsável pelo projeto no SENAR, a ferramenta deve gerar economia de insumos como óleos, filtros e peças em geral.

A redução de custos é só um dos benefícios da aplicação de realidade virtual em plataformas de educação. Do ponto de vista educacional, os simuladores de ambientes e atividades do mundo real também proporcionam maior segurança aos alunos ao eliminar riscos de operação. “A realidade virtual evita riscos, além de promover a execução prática de 100% dos alunos de forma rápida e muito didática”, destaca Samantha. Um piloto da solução foi apresentado em uma feira em Rio Verde (SP) e chamou a atenção de quem testou, comprovando o alto índice de engajamento da realidade virtual.

Segundo Samantha, historicamente, o treinamento de tratores agrícolas sempre foi o produto mais executado pelo SENAR em Goiás, pela versatilidade e funcionalidade da máquina em quaisquer atividades do campo. Em 2018 foram realizados mais de 347 treinamentos, envolvendo 4.000 pessoas, em dois níveis de capacitação: aperfeiçoamento (24 horas) e qualificação (200 horas). Neste ano, a instituição já realizou 188 treinamentos com 2.222 pessoas treinadas nos mesmos formatos.

Pesquisas indicam que o SENAR está na direção certa. A edtech Sponge UK comparou três formatos de conteúdo: PDF, jogos e realidade aumentada. O resultado mostrou que a capacidade de absorção do conteúdo é maior com a realidade aumentada. Os alunos também elegeram a RV como a mais divertida, satisfatória e com maior poder de concentração. “As novas gerações demandam métodos de educação que favoreçam os sentidos de audição, tato e visão ao mesmo tempo. Estratégias de realidade virtual caem como uma luva para esse público, que exige cada vez mais motivação para se engajar ao aprendizado”, observa Luiz Alberto Ferla, CEO e fundador do DOT.

No DOT, tecnologias de immersive learning (aprendizado de imersão) vem sendo cada vez mais aplicadas nas soluções contratadas por clientes. São duas as razões principais, segundo Ferla, e ambas estão interligadas. A primeira é criar uma “sala de aula” que, ao mesmo tempo, transforma e une a realidade (RA) e o mundo virtual (RV), um ambiente capaz de tornar a experiência de aprendizagem mais envolvente. A outra razão é fazer com que o conteúdo repassado seja fixado por mais tempo, tornando o treinamento mais dinâmico e eficaz. “Todos os caminhos apontam o immersive learning como a educação do futuro”, afirma o empresário.

Fonte: Dialetto Por Cléia Schmitz