Por oito anos o veterinário Tales Reis e o irmão, Nayro, que é administrador de empresas, criaram gado nelore na Fazenda Canata em Trindade. Como a propriedade tem quatro alqueires, eles resolveram trabalhar com leite. Começaram de fato em abril deste ano. Atualmente, com sete vacas, tiram 130 litros por dia.
Mas o projeto dos irmãos é arrojado. Nos próximos 18 meses eles esperam alcançar a marca dos 500 litros de leite por dia. Para isso investem no melhoramento genético e pretendem ter todo o rebanho A2A2, produzindo leite que pode ser ingerido por pessoas sensíveis à Beta-caseína A1, evitando assim o aparecimento de intolerâncias depois do consumo.
Há cerca de seis meses os irmãos passaram a contar com a Assistência Técnica e Gerencial de pecuária leiteira (ATeG) do Senar Goiás. “Sou veterinário mas toda ajuda é bem-vinda. Já disse a técnica de Campo Saruy Bueno, que assim que vencer o período de acompanhamento eu quero renovar. Já temos projeto para a construção de uma ordenha completa e depois de um Compost Barn”, conta Tales.
Saruy lembra que nesse momento de implementação da produção, usar alternativas para economizar é fundamental. Uma delas é fazer ração na propriedade para conseguir um preço mais barato e com a qualidade nutricional exata. “Existe a ração comercial e a ração que o produtor compra os insumos para misturar na propriedade. Quando você compra a ração pronta se corre o risco dos nutrientes do rótulo não serem atendidos. No caso do Tales, por exemplo, conseguimos com a produção na propriedade, uma ração com o custo de R$2,23 por quilo. A comercial pode chegar a R$2,40 o quilo. Sem falar na vantagem de escolher um milho, um farelo de soja, ureia com preços mais em conta e ainda não tem o custo da mão de obra incluído”.
Pode se destacar ainda o preparo com mais proteína para as vacas do lote de maior lactação e com uma porcentagem menor para as que não são tão produtivas. Mas para que tudo isso funcione é preciso homogeneizar bem os insumos e um misturador ajuda muito nisso. Os com grande capacidade passam dos R$ 8 mil. No entanto, o pequeno produtor pode utilizar um equipamento manual artesanal, com o preço aproximado de R$ 600 reais. “Eu sugeri para o Tales e o irmão e em pouco tempo eles providenciaram. São materiais simples. É um galão de plástico resistente, uma estrutura de ferro, pás pequenas que ficam no interior e são giradas pela manivela realizando a mistura”.
Tales conseguiu comprar um por R$ 200 reais, através de um grupo de produtores. “É muito bom, consigo misturar uns 80 Kg de ração por vez. Como temos poucos animais nos atende bem no preparo da nossa ração. São materiais simples. É uma alternativa para quem está começando e quer reduzir gastos com a alimentação do gado. Afinal ela representa boa parte do custo de produção”, sugere Tales.
Comunicação Sistema Faeg/Senar/Ifag