O mês de setembro começa em todo o país a XIII Semana do Peixe. Organizada pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o evento conta com o apoio de várias instituições, entre elas a Emater-MG. O objetivo da Semana do Peixe, que vai até o dia 15 de setembro, é fomentar o consumo de pescado no Brasil e divulgar os benefícios deste alimento.
As ações da Semana do Peixe envolvem todos os elos da cadeia produtiva, incluindo supermercados, bares, restaurantes, feiras livres. De acordo com os organizadores, durante o período de promoção do pescado, o consumo tende a crescer cerca de 30%. Já os preços para o consumidor final caem de 20% a 30%.
Segundo o Ministério da Agricultura, vários tipos de pescado são fontes de ômega 3, que é encontrado principalmente em peixes como atum, sardinha, arenque, anchova, tainha, bacalhau e truta. O ômega 3 auxilia na manutenção de níveis adequados de triglicerídeos, desde que associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Tanto os peixes de rio como de mar fazem bem à saúde. Para ter esses benefícios é preciso consumir de 1 a 2 gramas de ômega 3 por dia. O aumento do consumo de peixe é um ótimo caminho para se alcançar uma alimentação saudável. O teor de gordura nos peixes é baixo, fazendo deles uma ótima opção de proteína. O Ministério da Saúde recomenda o consumo de, pelo menos, duas porções de peixe por semana.
Para esta edição da Semana do Peixe, o Ministério da Agricultura preparou um livro on line de receitas. São diversos tipos de preparo que irão agradar aos mais diferentes paladares. Além das receitas, o material também traz várias dicas sobre como escolher um pescado e os cuidados na hora de congelar e preparar os peixes. Para conhecer o livro, bastar acessar http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/semanadopeixe-livroreceitas.pdf
Trabalho da Emater-MG
A Emater-MG desenvolve uma série de trabalhos com piscicultores do Estado. As ações da empresa consistem em auxiliar na organização da cadeia produtiva, no manejo sustentável da atividade econômica e dos campos da produção. A empresa também presta assistência no acesso ao crédito e às demais políticas públicas e parcerias privadas que garantam o crescimento e desenvolvimento da atividade em nosso Estado.
Nos municípios de Leme do Prado e José Gonçalves de Minas, no Vale do Jequitinhonha, existem quatro associações de produtores que investem na criação de tilápias no lago de Irapé. Os primeiros piscicultores começaram a atividade em 2012, com a assistência da Emater-MG.
Atualmente, existem 33 associados, com mais de 130 tanques no lago. “Recentemente fizemos um encontro com os piscicultores para avaliar os entraves e os potenciais da atividade. Percebemos que é preciso melhorar a gestão, o controle de gastos. Também vamos investir nos processos de regularização da atividade junto a alguns órgãos. Desta forma, eles poderão ampliar o mercado e, no futuro, até investir numa agroindústria”, explica o coordenador técnico da Emater-MG, Ismael Mansur.
Os produtores de Leme do Prado e José Gonçalves de Minas produzem em média 400 quilos de peixe por tanque. Eles vendem a tilápia que produzem na região, num raio de até 140 quilômetros. A atividade se transformou em mais uma fonte de renda para as famílias. Adão Martuchel é agricultor familiar. Na propriedade dele se produz mandioca, abacaxi, maracujá, feijão e milho. A piscicultura veio como mais uma opção de diversificação. Segundo ele, isso é fundamental para o pequeno produtor. “Se você perder ou tiver algum problema com alguma cultura, você tem outra para substituí-la”, diz Martuchel.
Já na área do lago Três Marias, na região Central de Minas, a Emater–MG trabalha com os piscicultores dos municípios de Felixlândia, Abaeté, Paineiras, Três Marias, Morada Nova de Minas, São Gonçalo do Abaeté e Biquinhas. São aproximadamente 150 produtores que receberam orientação dos técnicos da empresa.
“O apoio vai desde os trabalhos de legalização da atividade até assistência técnica e orientação na parte de produção. Atendemos produtores individualizados, grupos familiares e associações. A atividade é responsável por aproximadamente 260 empregos diretos e quase 1.250 indiretos”, destaca o técnico da Emater-MG Carlos Augusto de Carvalho.
Ele explica que a produtividade na região cresceu mais 20% no último ano. “Aumentou o uso da tecnologia e o manejo passou a ser mais cuidadoso”, diz Carlos Augusto. Segundo ele, a produção de tilápia passou de 80 toneladas para 110 toneladas no período. O peixe produzido no lago é vendido na região e também tem compradores de Belo Horizonte e Brasília.
O maior polo de piscicultura de Minas está no lado de Furnas, no Sudoeste do Estado. No local existem cerca de 350 produtores, com 3 mil tanques, investindo na atividade. Muitos deles recebem assistência da Emater. “Trabalhamos, por exemplo, com duas associações fortes na região, dos municípios de Alfenas e Capitólio, mas também com outros produtores do lago”, explica o gerente regional da Emater-MG, Frederico Ozanam. Ele conta que a maior parte investe na tilápia, mas alguns piscicultores também estão criando surubim.
“A produção aqui vai para São Paulo, Belo Horizonte e ainda para vários locais de ‘pesque e pague’, que compram os peixes vivos”, comenta o gerente da Emater. A produção no lago de Furnas chega a 3,6 mil toneladas de peixe por ano.
Números da atividade
Segundo levantamento do IBGE, o valor total no país movimentado pela produção aquícola (em cativeiro), no ano de 2014, foi de R$ 3,87 bilhões. A criação de peixes é a mais representativa, com 70,2% do valor total da produção. Em segundo lugar, ficou a produção de camarões, com 20,5% do valor total da produção.
Em termos quantitativos, e levando em consideração apenas a piscicultura, a produção brasileira foi de 474,3 mil toneladas. Minas Gerais aparece em décimo lugar no ranking nacional da piscicultura. O Estado movimenta R$ 98,5 milhões com a atividade. A espécie mais produzida em Minas e no Brasil é a tilápia.