Unindo forças com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), anunciou na noite desta quarta-feira (6), apoio total a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, cerca de 500 líderes, entre ruralistas e classistas, além do senador Ronaldo Caiado e de representantes da indústria e do comércio, estiveram reunidos debatendo estratégias para engrossar o coro de apoio ao processo de impeachment.
Justificando o apoio da SGPA no processo de afastamento da chefe de estado, o presidente da entidade, Hugo Goldfeld, denunciou o que para ele é o verdadeiro golpe. “O golpe é a ausência de infraestrutura, a insegurança jurídica, a corrupção para comprar apoio político. Por isso a SGPA está unindo forças com as entidades da classe contra as ações irregulares do governo”, ressaltou.
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, por sua vez, também destacou aos presentes sua profunda preocupação com o caminhar dos acontecimentos, ratificando o posicionamento da entidade, que decidiu apoiar o afastamento de Dilma. “Chegou a hora de buscar soluções e medidas para toda essa situação. A presidente não está se mostrando capaz de unir a sociedade para um grande pacto de recuperação da economia”, justificou.
Segundo Schreiner, o apoio ao impeachment também foi agravado pelas declarações do ministro da Justiça, Eugênio Aragão, que defendeu a posição do dirigente da Contag, Aristides Santos. “O setor agropecuário vinha resistindo a esta maré depressiva e mantendo seus níveis de produção, de emprego e de vendas ao exterior. Porém, os efeitos do esfacelamento da economia agora chegam até nós. Produtores de todo o país se preparam para tempos muito difíceis e adiam investimentos, prevendo os riscos que se prenunciam no horizonte. A produção cresce na medida em que houver segurança e previsibilidade”, disse em seu discurso.
Mostrando seu posicionamento a favor do impeachment, o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja Goiás), Bartolomeu Braz, disse aos presentes que a união de todas as classes pode ser a força motriz para o afastamento de Dilma. “Todos estão abraçando essa causa e sei que juntos conseguiremos alcançar novos horizontes para o futuro do país. E mais do que nunca, o setor produtivo mostrará sua força no Congresso Nacional”, bradou, Bartolomeu que também é vice-presidente institucional da Faeg.
Complementando todas as falas, o senador Ronaldo Caiado, apontou que “o Congresso não contraria suas bases, ninguém quer praticar suicídio político. É hora de pressionar governadores e parlamentares a assumirem um posicionamento”, disse.
O parlamentar elogiou a iniciativa da Faeg, da SGPA e do Fórum do Agronegócio Goiano em se reunirem para discutir as medidas que podem ser tomadas em prol do impeachment. “O setor mostra garra e determinação. Temos de entender que o momento é delicado e o governo vai até as últimas consequências para se manter no poder. Exemplos não faltam. Fomos ameaçados dentro do próprio Palácio do Planalto, com o apoio da presidente. Vimos que eles não aceitam as regras constituídas”, citou.Segundo ele a única resposta que o Congresso pode dar é o impeachment. “Não se deixem enganar: é a única resposta que o Congresso pode dar, não temos prerrogativa para convocarmos eleições. Temos de pressionar parlamentares e governadores para que mostrem seu posicionamento, pois são necessários muito votos. E o setor rural, que sempre foi determinante em todas as eleições, precisa sensibilizá-los”, pediu.