Silagem de cana-de-açúcar pode ser boa alternativa para este ano

A cana-de-açúcar ensilada, que foi negligenciada por um bom tempo, se utilizada em certas proporções na dieta e para determinadas categorias, tem se mostrado uma fonte de forragem economicamente interessante para suprir sua demanda por forragem pelos animais. Dependendo do ano agrícola e da época do ano, algumas planilhas de comparação de volumosos suplementares têm demonstrado vantagem econômica para a cana fresca ou ensilada frente a outras opções mais tradicionais como silagem de milho ou sorgo, bem como feno de gramíneas.

Foi no início dos anos 2000 que um inoculante contendo bactérias heterofermentativas, produtoras de ácido acético e/ou propiônico, além do ácido lático, o Lactobacillus buchneri NCIMB 40788 (Lalsil® Cana) foi avaliado e demonstrou resultados de melhorar a estabilidade aeróbia e perfil fermentativo das silagens de cana.

Aditivos contendo bactérias heteroláticas que, além do ácido lático, produzem ácido acético e/ou ácido propiônico têm apresentado maneiras de melhorar a estabilidade aeróbia das silagens, devido ao maior poder destes últimos de controlar o crescimento de leveduras e fungos. As cepas de L. buchneri (LB) não produzem etanol (Danner et al., 2003), uma vez que não possuem a enzima acetaldeído desidrogenase, tornando-se de interesse e com potencial de utilização na inoculação da cana-de-açúcar submetida à ensilagem, tanto com relação ao processo fermentativo, quanto com relação à estabilidade após a abertura.

2. Resultados de estudos científicos do uso de Lactobacillus buchneri NCIMB 40788 e a patente de uso desse microrganismo em silagem de cana-de-açúcar (PI 0305600-7)

As primeiras avaliações do uso de bactérias heterofermentativas para uso na ensilagem de cana-de-açúcar ocorreram no início dos anos 2000 com a equipe de pesquisadores da USP/ESALQ, o que culminou com a concessão da patente pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial, sob código PI 0305600-7. Outras instituições de pesquisa também deram sua contribuição no desenvolvimento deste inoculante para silagem de cana-de-açúcar, tais como: a FCAV/Unesp de Jaboticabal – SP, UEM de Maringá – PR, UFLA de Lavras – MG, dentre outras.

No início dos estudos de Pedroso et al. (2007) já se observou que cepas de bactérias homofermentativas levavam a resultados decepcionantes e efeito inverso ao requerido. Os autores encontraram produções de etanol mais de três vezes superiores (3,82% para a silagem sem inoculante vs. 12,5% para a silagem inoculada com L. plantarum), conforme mostra a Figura 1. Além disso, as perdas fermentativas para a silagem inoculada com Lactobacillus plantarum foram as mais altas (21,5% da MS) dentre os tratamentos testados (Figura 2).

Pedroso et al. (2007) relataram que a inoculação com um produto específico e indicado para silagem de cana-de-açúcar, promoveu melhorias significativas nos parâmetros avaliados, estes resultados estão demonstrados nas Figuras 1 a 4.

Fig. 1                                                                                          Fig. 2

Figura 1 – Produção de etanol em silagens de cana-de-açúcar.

Figura 2 – Perdas de MS em silagens de cana-de-açúcar.

Fig. 3                                                                                            Fig. 4

Figura 3 – DIVMS de silagens de cana-de-açúcar.

Figura 4 – Estabilidade aeróbia de silagens de cana-de-açúcar.

Uma importante conclusão pode ser retirada dessa pesquisa: bactérias homofermentativas não devem ser utilizadas em silagens de cana-de-açúcar, mesmo se acompanhadas de bactérias heterofermentativas. Por sua vez, o L. buchneri NCIMB 40788 exclusivo foi o melhor dos tratamentos testados, com redução de perdas de MS e da fermentação alcoólica.

O único produto que possui a cepa patenteada de L. buchneri NCIMB 40788 para uso em cana-de-açúcar no mercado é o Lalsil® Cana, produzido pela Lallemand Animal Nutrition.

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A Lallemand Animal Nutrition e a SiloStop firmaram uma parceria para distribuição no Brasil da tecnologia de cobertura de silagens mundialmente conhecida. Desde Fevereiro de 2016 faz parte do portfolio de soluções para ensilagem da Lallemand os produtos SiloStop: barreira ao oxigênio (filme), rede anti-UV e pesos.

O filme diminui as perdas superficiais em 50%, na média, e aumenta o tempo de estabilidade aeróbia na parte superior do silo. As redes oferecem proteção física e UV.

Fonte: MilkPoint