Os futuros da soja vêm intensificando suas altas na Bolsa de Chicago e, por volta das 13h (horário de Brasília), subiam quase 30 pontos nos principais vencimentos. O contrato agosto/16, que passa a ser a referência para o mercado spot, era negociado a US$ 11,28, enquanto o novembro/16, indicativo para a nova safra dos EUA, era cotado a US$ 11,12 por bushel.
O mercado dá continuidade às boas altas registradas na sessão anterior e busca garantir uma recuperação a patamares importantes depois do forte recuo dos últimos dias. No radar dos traders, segundo explicam analistas, estão no primeiro plano as previsões que indicam um tempo mais quente e seco nos próximos dias para o Meio-Oeste americano.
O Corn Belt, de acordo com os últimos mapas climáticos do NOAA – o departamento oficial de clima dos EUA – deverá contar com temperaturas bastante elevadas, acima da média para essa época do ano – e com chuvas que podem ficar abaixo do normal em um itervalo dos próximos 6 a 10 e 8 a 14 dias.
Chuvas previstas nos EUA entre os dias 20 a 26 de julho – Fonte: NOAA
Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 20 a 26 de julho – Fonte: NOAA
“O mais recente modelo indica uma área maciça de calor no coração do Cinturão de milho. Isto é acompanhado por precipitação inferior ao normal. Parece que o mercado está empurrando um prêmio de risco firmemente nos mercados de soja e milho”, segundo noticiou o portal internacional Agrimoney, nesta quarta-feira.
Além disso, também de acordo com analistas nacionais e internacionais, os traders receberam bem os números apresentados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta terça (12), em seu reporte mensal de oferta e demanda, que indicaram maior demanda pela soja norte-americana – com aumento das exportações e esmagamento – além de estoques globais menores da temporada 2016/17.
Dólar e preços no Brasil
No Brasil, o dólar volta a cair – e perdia 0,19%, perto das 13h20, para ser cotado a R$ 3,292 na tarde de hoje – mas as altas em Chicago e os prêmios, que chegam a bater em US$ 2,00 sobre os preços do mercado futuro norte-americano no porto de Paranaguá, neutralizam essa pequena baixa e, mais uma vez, permitem uma recuperação das cotações.
Os negócios, entretanto, são limitados para a soja brasileira, uma vez que a oferta é escassa e os preços, que caíram recentemente, ainda não estimulam os produtores. Além disso, já há mais de 80% da safra 2015/16 comercializada e, para a safra nova, são esperadas melhores oportunidades, após bons volumes também já terem sido negociados. Leia mais:
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Na tarde desta quarta-feira, em Paranaguá, as referências para a soja eram de R$ 91,50 no disponível, e de R$ 87,00 no mercado futuro, com altas respectivas de 1,67% e 3,33%. Já em Rio Grande, R$ 90,50 e os mesmos R$ 87,00, os ganhos, porém, eram de 3,31% e 1,75% em relação ao fechamento de ontem.