O mercado da soja na Bolsa de Chicago parece ter recuperado o fôlego da realização de lucros registrada mais cedo e, por volta de 12h40 (horário de Brasília), os principais contratos subiam mais de 12 pontos. O contrato setembro/16 era cotado a US$ 10,14 por bushel, enquanto o novembro vinha sendo a US$ 9,99.
Segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, os traders ainda encontram suporte no bom momento de demanda pela soja norte-americana para dar continuidade ao seu movimento de altas iniciado na última semana.
“As ofertas brasileiras diminuíram muito, os embarques caíram no Brasil e os chineses continuam indicando que ainda precisam de muita soja e foram em busca de produto nos Estados Unidos, o que deu um bom suporte às posições”, explica o consultor.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou, nesta terça-feira, uma nova venda de soja em grãos em 120 mil toneladas para destinos não revelados. O volume é todo da safra 2016/17. Este é o segundo anúncio da semana e, no acumulado, as vendas americanas já chega a 366 mil toneladas. Na semana passada, o total passou de 2 milhões de toneladas.
Ao mesmo tempo, os traders acompanham ainda o desenvolvimento da nova safra de grãos dos EUA e os preços sentem também a pressão das boas condições dos campos americanos de soja. No novo boletim semanal de acompanhamento de safras divulgado no final da tarde de ontem, o USDA que manteve o índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições inalterado nos 72% até o domingo (7).
“O otimismo do mercado sofre a força das exportações dos EUA foi renovado com o anúncio de uma outra venda para a China nesta segunda-feira (de 246 mil toneladas), disse o diretor de estratégia agrícola do Commonwealth Bank da Austrália, Tobin Gorey.
Assim, há especulações também sobre os dados que o departamento agrícola dos EUA traz no seu reporte mensal de oferta e demanda na próxima sexta-feira, 12. O número mais aguardado é o de produtividade e muitas consultorias internacionais já esperam por uma revisão positiva nas estimativas do departamento.
“No entanto, se o USDA não aumentar os números de produção dos EUA, o mercado vai trabalhar com dados que já conhece” afirma Brandalizze.