O momento é de volatilidade para o mercado internacional da soja e a sessão desta sexta-feira (29) não poderia ser diferente. Os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago iniciaram o dia em campo negativo, porém, no começo da tarde, as cotações recuperaram o fôlego e, por volta de 12h10 (horário de Brasília), trabalhavam com altas de dois dígitos entre os principais contratos. Os ganhos variavam de 12,25 a 16,75 pontos, levando o agosto/16 de volta aos US$ 10,20 por bushel e o novembro/16, referência para a safra dos EUA, a US$ 9,91.
“Esse é um movimento natural do mercado para este momento”, explica o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, uma vez que os preços vieram, nos últimos dias, testando algumas mínimas e agora procuram uma retomada de fôlego. “Se a safra americana for 105 milhões ou 109 milhões de toneladas, isso já está no preço. Acredito que dificilmente veremos um mercado abaixo dos US$ 9,30, porque isso se distancia muito do custo de produção do produtor americano”, diz.
Ainda nesta sexta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe um novo anúncio de venda de soja em grão de 129 mil toneladas e também favorece o movimento positivo das cotações. Durante esta semana, outros dois anúncios de vendas foram feitos totalizando um volume de 588 mil toneladas, com operações referentes à ambas as temporadas, e os mesmos também contribuíram para essa recuperação, mesmo que pontual das cotações.
Segundo Fernandes, a demanda pela soja norte-americana se mostra bastante aquecida neste momento e, portanto, permanece no radar dos traders internacionais ao lado das especulações sobre o clima no Meio-Oeste americano. “O mês de agosto vem se mostrando mais quente nas previsões, mas isso já estava no preço, mas vai motivar alguns movimentos especulativos”, explica.