Após subir quase 30 pontos na sessão anterior, o mercado da soja começa a terça-feira (16) operando com estabilidade na Bolsa de Chicago e, por volta das 8h (horário de Brasília), as variações entre as posições mais negociadas não chegavam nem a 2 pontos, porém, eram positivas, levando o novembro/16 a US$ 10,09 por bushel. A exceção ficava por conta do setembro/16, que perdia 1 ponto, cotado a US$ 10,22.
O mercado segue acompanhando a força que o crescimento da demanda vem exercendo sobre as projeções de uma robusta safra que vem dos Estados Unidos nesta temporada, enquanto acompanha, ao mesmo tempo, a boa conclusão do ciclo produtivo por lá. Embora alguns pontos do Meio-Oeste americano venham recebendo mais chuvas do que o necessário, as lavouras ainda se desenvolvem bem por lá e vêm confirmando as estimativas.
Em seu reporte semanal de acompanhamento de safras divulgado no final da tarde de ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) manteve em 72% seu índice de campos em boas ou excelentes condições, mesmo número da semana anterior. O boletim informou ainda que 95% das plantaçõs estão em fase de florescimento, contra 91% da semana anterior e 93% da média. Há também 80% dos campos na fase de formação de vagens, contra 69% da semana anterior e 75% da média.
Ao mesmo tempo, são acompanhadas ainda as perspectivas dos estoques finais tanto norte-americanos quanto globais, que deverão, como explicam analistas, seguir apertados neste ano comercial, enquanto o consumo continua subindo.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja: Mercado fecha com quase 30 pts de alta na CBOT com demanda, fundos e clima nos EUA
O mercado internacional da soja registrou uma sessão forte nesta segunda-feira (15) na Bolsa de Chicago e fechou o dia com altas de quase 30 pontos entre as posições mais negociadas. O contrato setembro/16, referência para o mercado disponível, fechou com US$ 10,23, enquanto o novembro/16, indicativo para a nova safra dos EUA, foi a US$ 10,08 por bushel.
Os futuros da oleaginosa, neste início de semana, contou com uma junção de fatores para garantir esse avanço expressivo, segundo explicam analistas. No entanto, a maior parte deles segue afirmando que, ao lado das notícias baixistas de uma safra de 110 milhões de toneladas nos EUA trazidas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na última sexta-feira (12), as informações de uma demanda forte vêm ganhando espaço entre as negociações.
“Uma grande parte do mercado julga que as projeções do USDA foram exageradas e acredita, mesmo que o órgão revisará nos próximos meses os números de produtividade das safras de milho e soja. Outro ponto importante que também dá suporte aos preços foi a forte demanda e a redução dos estoques de passagem da soja”, explica Andrea Sousa Cordeiro, analista de mercado da Labhoro Corretora.
E é apostando nessa força da demanda que os fundos, ainda segundo Andrea, evitam liquidar parte de suas posições. Inclusive, ao longo do dia, conforme relata o portal Agriculture.com, os movimentos de alta foram estimulados pela cobertura de posições por parte desses fundos, que aproveitaram os preços mais baixos para se reposicionoar e aproveitar os bons momentos.
Clima
O clima também chamou atenção dos traders na sessão desta segunda-feira. Chuvas fortes nos Estados Unidos foram registradas no último final de semana e teriam atingido, segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, lavouras de soja em fase de florescimento e poderiam trazer alguma perda, mesmo sendo pontual. Apesar disso, as ameaças severas ainda parecem estar distantes, com a safra se encaminhando bem para a conclusão da temporada.
Além disso, essas condições climáticas já estariam também prejudicando os embarques de soja no Golfo do México – principal canal de exportação do produto americano – e esse, ainda de acordo com analistas internacionais, também foi um fator que motivou as altas neste início de semana. No terminal, os prêmios pagos pela oleaginosa americana têm variado entre US$ 0,91 e US$ 1,04 entre as posições de entrega setembro e outubro sobre os preços praticados em Chicago.
Embarques Semanais
E nesta segunda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)trouxe os números dos embarques semanais de grãos indicando que os de soja somaram 746,371 mil toneladas, elevando o total acumulado na temporada a 48.408,501 milhões de toneladas, ainda abaixo do mesmo período do ano anterior. Apesar de um número forte, o mesmo recuo em relação à semana passada e ficou ainda ligeiramente abaixo das projeções dos traders de 790 mil a 980 mil toneladas.
Esmagamento
Ainda nesta segunda-feira, o mercado recebeu as informações do esmagamento de soja nos EUA em julho pelos números da NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosa dos EUA). O volume ficou em 3,91 milhões de toneladas, dentro das expectativas do mercado, de 3,88 milhões a 4,08 milhões de toneladas, porém, abaixo das 3,95 milhões processadas no mês anterior. Em julho de 2015, o volume também foi de pouco mais de 3,95 milhões.
Mercado Brasileiro
No Brasil, os preços da soja acompanharam as boas altas registradas na Bolsa de Chicago e fecharam a segunda-feira com ganhos de 0,25% a 14,29% entre as principais praças de comercialização. O destaque ficou por conta de Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra, ambas em Mato Grosso, com essa alta maior, e onde a referência foi a R$ 72,00 por saca.
Nos portos, o dia também fechou com um bom avanço. A soja disponível subiu 1,22% para R$ 83,00 em Paranaguá e 2,53% para R$ 81,50 por saca em Rio Grande. Já no mercado futuro, altas de 1,28% e 1,92%, para R$ 79,00 e R$ 79,50.