Tecnologia beneficia processos de hibridação de plantas em melhoramento genético 

Há décadas a técnica é parte relevante do processo de melhoramento genético, mas esse procedimento tem passado por avanços tecnológicos

Durante muitos anos, as técnicas de hibridação aplicadas aos processos de melhoramento genético de culturas como soja, milho e algodão ocorriam por meio de cruzamentos aleatórios de plantas a fim de alcançar a melhor genética possível. Porém, por falta interpretação dos dados, o que por ora muito complexos e volumosos, bem como assertividade para projeções, o lançamento de uma cultivar no mercado era muito demorado.

Para reduzir esse tempo e atender mais rapidamente a demanda dos produtores, a TMG – Tropical Melhoramento & Genética – empresa brasileira de soluções genéticas para algodão, soja e milho que trabalha para entregar inovação ao campo, tem investido nos últimos anos em recursos tecnológicos para aprimorar seus procedimentos.

A empresa desenvolveu uma base de dados (Big Data) criada a partir de anos de estudos feitos durante os processos de análise de linhagens e resultados de ensaios, com critérios como comportamento das plantas a doenças, produtividade, resistência a variadas condições climáticas e dados moleculares. “Com esse banco de dados, podemos ser mais assertivos nas análises sobre quais hibridações terão maior probabilidade de apresentar resultados positivos, o que tende a reduzir o tempo de testes até o lançamento de uma cultivar com as características desejadas”, explica Heitor Dias, coordenador de pesquisa na TMG.

“Dispondo de uma combinação de tecnologias e análises ao longo do tempo podemos prever quais linhagens combinadas podem apresentar melhores tetos produtivos, resistência ou tolerância a doenças bem como, ser assertivos para a melhor região. A partir disso, podemos estimar em termos de probabilidade as hibridações, aumentando as chances de chegar aos resultados desejados em um menor período”, comenta Dias.

Atualmente, a companhia realiza cerca de 171 mil hibridações por ano e prevê atingir a marca de 200 mil já em 2023. “Além do Big Data, investimos em plataformas customizadas, drones, sensores, iOT, automação de processos laboratoriais a fim de agilizar ainda mais a fase de estudos e testes. Hoje, para lançarmos uma cultivar no mercado, são necessários em média sete anos. Nossa meta é reduzir esse tempo para cinco anos em breve”, complementa o especialista.

A TMG conta também com um laboratório de biotecnologia capaz de analisar geneticamente mais de 25 mil plantas por dia, gerando cerca de 40 milhões de dados moleculares por ano, o que associado aos estudos conduzidos em 35 casas de vegetação complementam o trabalho realizado pelos especialistas em melhoramento genético. As estruturas hoje ficam sediadas em Cambé, Paraná e Rondonópolis, Mato Grosso. A empresa possui 14 bases avançadas de pesquisa em melhoramento genético por seis estados, compondo as principais regiões produtoras brasileiras.

Fonte: Renan de Figueiredo Pereira