Pesquisador, professor da Universidade Federal de Goiás, Reginaldo Nassar, convidado pela COMIGO a participar da feira, trouxe dados que mostram que a redução do uso de tecnologias pode fazer animais adoecerem, indo inclusive a óbito
A Tecnoshow Comigo oferece uma gama de informações qualificadas que ajudam o produtor a tomar decisões assertivas em relação à gestão dentro e fora da porteira. No caso da pecuária, essas medidas tomadas pelos criadores de animais podem ser influenciadas por diversos fatores e implicarem em impactos diretos sobre a produção animal. Uma dessas situações diz respeito aos ciclos de baixa na pecuária de corte, ocasião em que, muitas vezes, os produtores optam por reduzir o uso de tecnologias, especialmente nutricionais, o que pode trazer prejuízos diretos na saúde do animal. O objeto foi tratado em uma palestra realizada na feira, nesta terça-feira, 28 de março, pelo pesquisador e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Reginaldo Nassar, que pesquisa fisiologia da digestão.
Em conjunto com o pesquisador da Comigo, Ubirajara Bilego, foi explicado que a baixa rentabilidade da produção, como a registrada no atual momento, pode provocar e tem provocado a diminuição do uso de tecnologias para a produtividade animal, o que, segundo eles, só agrava o quadro. “Hoje, nós temos na alimentação animal o uso de aditivos. Eles melhoram a saúde intestinal e a produtividade animal. A inclusão dessas moléculas biotecnológicas eleva o custo do produto de 3% a 5% e há essa tendência, neste momento, de não usá-las para economizar no gasto da alimentação animal”, relatou Reginaldo.
No entanto, o pesquisador sinalizou para um agravante nessa retirada: a genética. “A genética continua colocada e ela leva a um aumento da exigência nutricional. Então, é uma situação extremamente delicada quando você aumenta a genética e não fornece os nutrientes. Não é que o animal vai diminuir o desempenho, ele vai adoecer. Leva a um aumento de mortalidade”, alertou.
O professor deu um exemplo que aconteceu no passado com o uso de touros e o novilho precoce. “Em um período bem semelhante ao atual, tínhamos o uso de touros. Não era inseminação, tínhamos o cruzamento industrial, o novilho precoce e foi chocante, muito impactante, quando os produtores não queriam mais aquela genética, não adquiriram mais aqueles animais, com várias argumentações que não batiam com a realidade”, relembra. “E não queriam justamente porque tinham que acompanhar nutrição e foi um período em que o farelo de soja saiu de R$ 190 a tonelada para R$ 900 a tonelada, e o proteinado não era mais viável e parou esse sistema de produção, quebrou toda a cadeia produtiva de carnes de maior valor agregado, carnes de maior qualidade”, rememorou.
Além de alertar os pecuaristas sobre essa importância da continuidade, o pesquisador ressaltou a importância da ciência como a difundida pela Tecnoshow Comigo para que essas situações sejam contornadas e para que os produtores fiquem resguardados diante de crises como as do passado.
“Quem encontra soluções mais viáveis e mais baratas é o sistema de pesquisa. Foi após essa crise de não querer usar o proteinado que surgiram os suplementos minerais aditivados. Em 70 gramas de suplemento mineral, o sistema de pesquisa conseguiu colocar moléculas que levaram a um desempenho semelhante ao que ele estava fazendo quando usava o farelo de soja. E, agora, vamos ver se a pesquisa consegue nesse momento atender o produtor para que ele não fique mais prejudicado nesse cenário. As crises geram novas descobertas”, salientou.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Tecnoshow COMIGO