O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) acaba de divulgar novo estudo (o segundo) sobre as tendências de produção, importação, exportação e consumo interno de carne de frango da Rússia em 2015. Mas, como já ocorria com o primeiro estudo, de outubro de 2014, as novas projeções têm valor relativo, pois a realidade deve sofrer as influências da volatilidade presente nas condições econômicas russas e mundiais.
No estudo recém-divulgado, o USDA manteve inalterado apenas um indicador: o relativo à produção russa de carne de frango, estimada em 3,4 milhões de toneladas. Isso ocorrendo, o volume produzido será perto de 5% maior que o do ano passado.
No tocante à importação, cai ainda mais o volume antes previsto. Na projeção de outubro de 2014, deveria recuar quase 25%, ficando em torno das 340 mil toneladas. Na projeção mais recente não passa das 320 mil toneladas, o que significa queda próxima de 30% em relação a 2014.
Com a desvalorização do rublo, aumentam as perspectivas de exportação – o que, aliás, se torna necessidade. Antes previstas em 15 mil toneladas, agora são estimadas em 40 mil toneladas, o que, mesmo assim, representa redução de, aproximadamente, 5% sobre o ano passado.
Junto com a produção, o consumo interno também aumenta. Mas, com o agravamento da economia interna, tende a ser menor que o anteriormente projetado. Era previsto que alcançasse 3,725 milhões de toneladas. Foi recalculado para 3,680 milhões de toneladas, apenas 0,6% a mais que no ano anterior.
Apenas como curiosidade, vale anotar que a relatividade dos números do USDA no tocante à avicultura de corte russa não estão atrelados apenas às condições econômicas do país, mas também à normal subversão dos valores originalmente projetados para a Rússia.
Assim, por exemplo – e retrocedendo no tempo até 2005 – observa-se que o consumo ora previsto é apenas 17,6% maior que o de 10 anos atrás, isto correspondendo a uma expansão média de pouco mais de 1,5% ao ano.
Não chega a ser uma expansão significativa, mas está sendo primordialmente atendida pela expansão da produção interna que, em uma década, tende a registrar aumento superior a 250% – mais de 14% ao ano.
Isso, naturalmente, se reflete nas importações. Assim, se há 10 anos a Rússia importou o correspondente a quase 40% do seu consumo interno, em 2015 tende a importar menos de 9% do consumo previsto. E isto significa, de 2005 para 2015, queda de mais de 70% nas compras externas.
Por: Avisite