Veja a análise de mercado do trigo

A média de setembro fechou em US$ 8,55/bushel, com aumento de 9% sobre a média de agosto. Já em setembro de 2021 a média foi de US$ 7,03/bushel

As cotações do trigo, em Chicago, após ficarem acima dos US$ 9,00/bushel na maior parte da semana, acabaram recuando na quinta-feira (06). O primeiro mês cotado fechou este dia em US$ 8,79/bushel, contra US$ 8,96 uma semana antes. A média de setembro fechou em US$ 8,55/bushel, com aumento de 9% sobre a média de agosto. Já em setembro de 2021 a média foi de US$ 7,03/bushel.

O relatório de estoques trimestrais de setembro apresentou uma alta de 1% para o trigo, sobre o mesmo mês do ano anterior, com os mesmos ficando em 48,3 mlhões de toneladas. Por sua vez, o plantio do trigo de inverno, nos EUA, atingia a 40% da área esperada no dia 02/10, contra 44% na média histórica, sendo que 15% deste trigo já estava emergido, contra 17% na média histórica. Por fim, a colheita do trigo de primavera está finalizada.

Vale ainda destacar que o USDA estabeleceu que a atual safra de trigo nos EUA atingirá a 44,9 milhões de toneladas, ficando 7,2% abaixo do que o mercado estimava. Neste contexto, a safra de trigo de inverno atingiria 30 milhões de toneladas daquele total. Por outro lado, na Ucrânia, o ritmo de plantio do trigo de inverno é quase três vezes menor do que o visto no ano anterior, devido à guerra com a Rússia. Por enquanto, apenas 27% da área total esperada foi semeada, contra 76% no ano anterior. Além da guerra, as chuvas e a falta de recursos estaria atrasando o processo. E aqui no Brasil, os preços do trigo ainda se mantêm relativamente estáveis, porém, com viés de baixa. A média gaúcha, no balcão, fechou a primeira semana de outubro em R$ 90,95/saco, enquanto no Paraná os preços oscilaram entre R$ 91,00 e R$ 95,00/saco.

Dito isso, no Rio Grande do Sul algumas áreas começaram a ser colhidas, atingindo a 2% da área total. Esta colheita estaria acontecendo no oeste do Estado, sendo que 40% da área a ser colhida está em fase de floração e 39% em enchimento de grãos. Por enquanto, as lavouras estão em excelente estado, sendo que as geadas de agosto e setembro pouco as prejudicou. Já no Paraná, até o dia 03/10, em torno de 42% da área de trigo havia sido colhida.

Enfim, em termos de safra total de trigo no Brasil, para 2022/23, segundo analista privado, a produção poderá ficar em 10 milhões de toneladas, graças ao clima
favorável na maioria das regiões produtoras. Diante disso, a projeção de exportação de trigo, pelo Brasil, neste novo ano comercial, chegaria a 2,8 milhões de toneladas, sendo principalmente trigo gaúcho. Neste último ano as vendas externas teriam ultrapassado a 3 milhões de toneladas. Mesmo assim, o país importará 6,2 milhões de toneladas do cereal, enquanto a moagem interna chegaria a 12,2 milhões de toneladas, contra 11 milhões em 2021/22.

Diante de tal realidade, continua sendo muito difícil a manutenção dos preços do trigo nos atuais níveis no Brasil, havendo tendência de novos recuos para o final do ano e início de 2023.

A análise é da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário – CEEMA.

Fonte: Agrolink